A eletrificação do petróleo e gás offshore do Reino Unido

O governo britânico estabeleceu uma meta para atingir emissões líquidas zero até 2050. A eletrificação de plataformas de petróleo e gás na plataforma continental do Reino Unido (UKCS) deve desempenhar um papel importante nos esforços para atingir essa meta, como uma análise da Rystad Energy mostra que o petróleo do Reino Unido e a produção de gás permanecerá significativa nas próximas décadas. Após um pequeno declínio nos próximos anos, a produção prevista para se recuperar para aproximadamente 2 milhões de barris de óleo equivalente por dia por volta de 2035. As emissões do Reino Unido da produção de petróleo e gás no Mar do Norte são as mais altas entre os produtores da região, chegando a 13,1 milhões toneladas de CO2 em 2019, de acordo com dados de emissão da Rystad Energy. As emissões da extração respondem por 10,1 milhões de toneladas de CO2, com a queima que compõe o restante.

Em comparação, as emissões totais da Noruega da produção de petróleo e gás atingiram 10,4 milhões de toneladas de CO2 e 1,4 milhão de toneladas da Dinamarca no mesmo ano.

Quando se trata de intensidade de emissão, os 21 quilos de CO2 por barril de óleo equivalente (boe) do Reino Unido também estão atrás dos impressionantes 8 quilos por boe da Noruega. A Dinamarca tem a maior intensidade da região com 27 quilos de CO2 por boe, refletindo seus baixos níveis de produção em comparação com suas necessidades de infraestrutura de energia. A intensidade média global é de 19 quilos de CO2 por boe.

A Rystad Energy projeta que a produção de petróleo e gás do Reino Unido cresça ao longo dos anos e chegue a 2,09 milhões de boe em 2035, um aumento de cerca de 25% em relação aos 1,64 milhões de boe esperados para este ano. Para atingir seus ambiciosos objetivos climáticos, o país precisará dar passos sérios para a descarbonização de sua produção, eletrificando sua infraestrutura por meio de fontes renováveis ​​de energia, afastando-se, assim, de turbinas a gás intensivas em carbono e geradores a diesel em plataformas offshore.

Apesar do Reino Unido não fazer mais parte da UE, as discussões climáticas na região são muito acirradas. Faz sentido que, apesar do Brexit, o governo tente manter as diretrizes climáticas, dado que a UE é extremamente sensível ao tópico (vide ameaças a limitar acordos comerciais com o Brasil devido às recentes queimadas na Amazônia). Uma falha em reduzir a emissão de CO2 no momento poderia contribuir para uma já desgastada tentativa de acordo amigável entre as partes (Brexit deal).