Banco central do Brasil mira meta de inflação 'em torno' de 3,25% em 2023

O banco central do Brasil tem como meta inflação em 2023 “em torno” da meta de 3,25%, mas inferior a 4%, disse seu presidente, Roberto Campos Neto, nesta quinta-feira, enquanto as autoridades elevam as taxas de juros para esfriar os preços ao consumidor na maior economia da América Latina.

Quando elevou sua principal taxa de juros para 13,25% na semana passada e marcou outro aumento para agosto, o banco central disse que estava procurando garantir que a inflação no próximo ano convergisse “em torno da meta” em vez de “para sua meta”.

“A volta é inferior a 4%, só para deixar isso bem claro”, disse Campos Neto em entrevista coletiva online. Ele repetiu a orientação do banco central de que as taxas de juros subiriam e permaneceriam em território significativamente contracionista por mais tempo para combater a inflação.

Os preços ao consumidor cresceram 11,7% nos 12 meses até maio.

Segundo Campos Neto, essa estratégia é necessária devido à incerteza que marca a trajetória da inflação brasileira.

Apesar das propostas do governo para reduzir os preços dos combustíveis, Campos Neto disse que os formuladores de políticas não viram uma mudança relevante no balanço dos riscos para a inflação, que ele indicou ainda não estar inclinado para cima.

Em uma nota mais positiva, o banco central elevou nesta quinta-feira sua perspectiva de crescimento econômico para 2022 de 1% para 1,7%, devido a um desempenho mais forte do que o esperado no primeiro trimestre.

Quando questionado sobre o programa econômico do candidato à presidência do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e suas críticas à “orientação passiva do país em relação à política cambial nos últimos anos”, Campos Neto disse que o banco central acredita em uma taxa de câmbio flutuante e manterá essa postura.

Lula, um ex-presidente de esquerda, está liderando o presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro nas pesquisas de opinião antes das eleições de 2 de outubro.