Brasil salta para o número 2 do mundo em casos de coronavírus, atrás dos EUA

O Brasil se tornou o número 2 do mundo em casos de coronavírus na sexta-feira, perdendo apenas para os Estados Unidos, depois de confirmar que 330.890 pessoas foram infectadas pelo vírus, ultrapassando a Rússia, informou o Ministério da Saúde.

O Brasil registrou 1.001 mortes diárias de coronavírus na sexta-feira, elevando o total de mortes para 21.048, segundo o Ministério da Saúde.

Em São Paulo, a cidade mais atingida, o vídeo aéreo mostrou fileiras de terrenos abertos no cemitério de Formosa, à medida que corria para acompanhar a demanda.

O presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro tem sido amplamente criticado por lidar com o surto e também está no centro de uma profunda crise política.

O ex-capitão do exército viu seus índices de votação caírem, prejudicados por sua oposição a medidas de distanciamento social, apoio ao remédio não comprovado cloroquina e discussões com autoridades de saúde pública experientes.

O verdadeiro número de casos e mortes é provavelmente maior do que os números sugerem, pois a principal economia da América Latina tem demorado a acelerar os testes.

O surto está se acelerando. Na segunda-feira, o Brasil ultrapassou a Grã-Bretanha para se tornar o país com o terceiro maior número de infecções. Superou a Rússia na sexta-feira, mas é improvável que passe pelos Estados Unidos em breve. A economia número 1 do mundo tem mais de 1,5 milhão de casos.

Desde o início do surto, Bolsonaro perdeu dois ministros da Saúde, depois de pressioná-los a promover o uso precoce de medicamentos antimaláricos, como cloroquina e hidroxicloroquina. Vários especialistas de saúde pública de alto nível também foram embora. Muitos foram substituídos por soldados.

Na quarta-feira, o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, general do exército em atividade, autorizou novas diretrizes para o uso mais amplo de cloroquina e hidroxicloroquina em casos leves.

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Além dos números alarmantes, o governo insiste na flexibilização durante o pico da pandemia. Vários especialistas já apontaram que a abertura é precipitada. Fora isso, dada a subnotificação, é possível que o número de casos esteja muito mais perto do número dos EUA do que as estatísticas atuais mostram.