As ações da processadora brasileira de alimentos BRF SA (NYSE: BRFS) dispararam na sexta-feira depois que ela propôs um aumento de capital por meio da emissão de 325 milhões de novas ações ordinárias, potencialmente levantando 6,63 bilhões de reais (US $ 1,17 bilhão).
A medida levou analistas e participantes do mercado a especular se o acionista minoritário Marfrig Global Foods SA pretende adquirir o controle da empresa sem o risco de desencadear uma pílula de veneno.
Uma fonte com conhecimento do assunto, no entanto, disse que o acionista controlador da Marfrig, Marcos Molina, não conversou com a BRF sobre a transação e não pretendia aumentar significativamente sua participação atual de 33% durante a oferta.
A BRF disse em um arquivamento no final da quinta-feira que planeja expandir suas operações e fazer investimentos estratégicos.
O negócio ainda está pendente de aprovação em assembleia de acionistas marcada para janeiro e dependerá das condições de mercado.
Analistas do Credit Suisse (SIX: CSGN) disseram que seria uma “oportunidade muito sólida” para a Marfrig comprar uma participação incremental sem estar sujeita ao prêmio de 40% nos últimos 30 dias, preço médio definido nas regras de pílulas de veneno, que não são acionadas pelo aumento de capital proposto.
Analistas do Itaú BBA e do BTG Pactual expressaram opinião semelhante.
“Se a Marfrig sair por um prêmio significativo sobre o preço atual das ações e nenhum outro acionista seguir junto com a subscrição de ações, a Marfrig pode atingir uma participação de 51%”, observou o Itaú.
“Nunca pensamos que a Marfrig seria apenas um acionista passivo da BRF. A empresa tem um longo histórico de negócios agressivos e transformadores de fusões e aquisições”, disse BTG.
A Marfrig não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
As ações da BRF, que fecharam a 20,40 reais na quinta-feira, subiram 5,4% a 21,52 reais na sexta-feira. Os da Marfrig subiram 4,2%, para R $ 23,90. Eles foram os maiores ganhadores do índice Bovespa.