Moeda atingiu o maior valor em 6 meses
O dólar atingiu hoje a sua maior cotação em 6 meses, fechando a R$ 5,59, registrando alta de 1,36% em relação a ontem (18). A máxima do dia atingiu R$ 5,61. Esse foi o maior valor da moeda americana desde o dia 16 de abril, quando fechou cotada a R$ 5,62.
O principal motivo para a alta foi a reação do mercado quanto ao risco de estouro do teto de gastos, provocado pela informação de que o governo anunciaria o Auxílio Brasil, novo programa de transferência de renda do governo federal , com um valor de R$ 400,00.
O Mercado teme que com esse valor o teto de gastos, considerado essencial para o controle das contas públicas, não seja respeitado, o que poderia provocar alta ainda maior da inflação, disparada dos juros e, até mesmo, o risco de calote.
Diante da reação do mercado, o governo decidiu adiar o anúncio do novo programa para uma data futura. Certamente, haverá muita discussão nos próximos dias dentro e fora do governo sobre qual deve ser o valor do auxílio.
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O fato é que o dólar segue bastante pressionado, acumulando uma alta no ano de aproximadamente 8%. Somente este mês, a alta acumulada já está em 2,73%. Mas é claro que não são apenas os problemas internos que têm pressionado a moeda para cima.
A forte escalada da inflação nas principais economias do globo é um fator que acaba também pressionando o dólar, pois provoca depreciação das moedas emergentes frente à moeda americana.
Outro fator é a desaceleração da economia chinesa, confirmada pelo crescimento de apenas 4,9% no 3º trimestre. O problema da situação chinesa é que a desaceleração tende a provocar forte queda nos preços da commodities em nível internacional. Isso acaba provocando derretimento das moedas de nações emergentes, principalmente aqueles cuja dependência de commodities é significativa.
Segundo estimativa do BTG Pactual, divulgada no final do mês de setembro, o dólar deve fechar 2021 em R$ 5,30 e 2022 em R$ 5,40. Já o último boletim Focus, que é divulgado todas as segundas-feira, estima o dólar fechando 2021 a R$ 5,20 e 2022 a R$ 5,25.
Portanto, resta saber quais serão as medidas adotadas pelo Banco Central e pelo Ministério da Economia para tentar acalmar o mercado nesse momento de incertezas fiscais.