Intromissão de Bolsonaro na Petrobras

PETROBRASSIA. Roberto Castello Branco, presidente-executivo da Petróleo Brasileiro, gigante do petróleo de capital aberto, pode estar entrando em águas politicamente tóxicas. Ele está resistindo à pressão do presidente Jair Bolsonaro para renunciar devido ao aumento dos preços da gasolina, relata a Reuters. O CEO da empresa de US $ 70 bilhões não está inclinado a se curvar aos caminhoneiros chateados com os custos de combustível mais altos.

Castello Branco fez progressos na venda de ativos, entre outras coisas, reforçando a confiança dos investidores na independência da tomada de decisão da Petrobras em relação ao governo, que controla a maioria de suas ações com direito a voto. As últimas notícias, porém, causaram uma oscilação no preço das ações da empresa.

Bolsonaro, um líder populista nos moldes de Donald Trump, prometeu uma abordagem mais favorável ao mercado do que seu oponente quando eleito em 2018, inclusive com a nomeação de Castello Branco. Mas os políticos, talvez especialmente a raça de Bolsonaro, podem se sentir mais capacitados para interferir devido ao grande envolvimento econômico dos governos durante a pandemia. A Petrobras pode se posicionar, mas no final Brasília dá as cartas.

O mercado e analistas de portfólio reagiram negativamente às mudanças anunciadas pelo presidente. A XP foi uma das primeiras a rebaixar a classificação das ações da empresa, para ‘neutra’. Outras corretoras rebaixaram até mesmo para ‘venda’.
Bolsonaro traz descontentamento ao mercado financeiro que o elegeu com a promessa de uma economia mais liberal, com reformas e portanto com menor intervenção do governo.