JBS do Brasil diz que bloqueios na China não afetarão a demanda, a logística é uma preocupação

A gigante brasileira de carnes JBS SA (OTC:JBSAY) minimizou os efeitos dos bloqueios relacionados ao COVID-19 na China, dizendo que não afetariam a demanda por produtos da JBS, apesar de causar preocupações logísticas, de acordo com comentários da administração na quinta-feira.

Durante o primeiro trimestre, os estoques aumentaram nos Estados Unidos por causa de problemas logísticos que também prejudicaram os portos norte-americanos, aumentando os custos dessa unidade de negócios, que é a maior da empresa.

Ainda assim, a China é vista como um importador de carne bovina de longo prazo devido aos baixos níveis de consumo per capita, disse a JBS.

A JBS registrou um lucro no primeiro trimestre que superou as expectativas, apesar dos preços globais de grãos mais altos e das exportações mais baixas de carne suína para a China, com os negócios de carne bovina e de aves dos EUA apresentando bom desempenho.

As ações subiram 1,7% no início do pregão em São Paulo, mas depois reduziram quase todos os ganhos em 35,76 reais.

Os analistas do Citi reiteraram uma classificação de compra da ação e aumentaram seu preço-alvo para 50 reais por ação após os resultados trimestrais.

Os analistas do Credit Suisse disseram que permanecem positivos no caso de investimento da JBS, pois acreditam que “o impulso operacional permanecerá sólido nos próximos trimestres”.

No entanto, o Credit Suisse vê a disponibilidade de gado em declínio gradual nos Estados Unidos pressionando os preços dos novilhos gordos.

Isso deve ser compensado pela forte demanda dos EUA por carne bovina, especialmente quando os americanos iniciam a temporada de churrasco, disseram eles.

Enquanto as vendas cresceram dois dígitos em todas as unidades de negócios no primeiro trimestre, a JBS reconheceu um cenário desafiador no Brasil, seu mercado doméstico.

No país sul-americano, onde a taxa de inflação de 12 meses ficou em 12,1% até abril, a demanda por carne bovina está em mínimos históricos devido ao alto desemprego e à desaceleração econômica.