Maduro da Venezuela oferece gás natural ao México, especialistas questionam plano

O presidente venezuelano, Nicolas Maduro, disse na sexta-feira que o país deveria propor o fornecimento de gás natural ao México, que nesta semana sofreu interrupções no fornecimento do Texas, embora especialistas em energia tenham rejeitado o plano como irreal.

O Texas proibiu as exportações para fora do estado esta semana durante uma onda de frio sem precedentes, levando o México a importar gás natural liquefeito (GNL) em condições de emergência.

“Devemos falar com o governo do México porque vi o problema com o abastecimento de gás e o esforço que o presidente [Andres Manuel] Lopez Obrador está fazendo para resolvê-lo”, disse Maduro em discurso na sede da estatal Petroleos de Venezuela.

“Devemos propor que nos tornemos fornecedores seguros de gás para o México.”

Maduro não deu mais detalhes. A Venezuela não tem uma planta de liquefação para converter o gás natural em GNL, que seria necessário para enviar o gás via mar, disseram especialistas do setor. A Venezuela sem dinheiro, sob pesadas sanções dos Estados Unidos, teria dificuldades para financiar tal projeto.

A Venezuela tem vastas reservas de gás e poderia, em teoria, exportar gás para a vizinha Trinidad e Tobago, que possui várias usinas de GNL, mas atualmente não há nenhum gasoduto ligando os dois países.

Durante o discurso, Maduro disse que assinou um decreto estendendo uma declaração de “emergência energética” na indústria do petróleo por mais um ano, citando sanções dos EUA à estatal petrolífera.

O ministro do Petróleo, Tareck El Aissami, disse durante o evento que a produção de petróleo bruto da PDVSA alcançaria 1,5 milhão de barris por dia (bpd) este ano. O país sul-americano disse à OPEP que produziu 484 mil bpd em janeiro, menos da metade da média de 2019 de 1 milhão de bpd.