Produção de automóveis no Brasil pode parar em abril, quando coronavírus atinge suprimentos de peças

As montadoras brasileiras podem ter que suspender a produção em abril devido à falta de peças da China, onde o surto de coronavírus atingiu fornecedores e afetou o comércio global, disse a associação de montadoras Anfavea na sexta-feira.

“Existe o risco de interromper a produção em abril? Há ”, disse o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, a jornalistas, dizendo que todas as montadoras estão monitorando a situação. A China é o principal fornecedor brasileiro de autopeças estrangeiras, respondendo por 32% de todas as peças importadas, disse Moraes.As montadoras do mundo estão se esforçando para resolver suas cadeias de suprimentos à luz do novo vírus. O Brasil foi atingido por problemas adicionais: sua moeda, o Real BRBY, se depreciou cerca de 15% até agora este ano, tornando as importações significativamente mais caras “Se (o real) permanecer fraco, isso significará um custo adicional de 8 bilhões de reais (US $ 1,72 bilhão)” em 2020, disse Moraes. Ele disse que isso equivaleria a cerca de 2.600 reais por carro.

Moraes disse em fevereiro que as montadoras no Brasil possuíam autopeças chinesas em estoque para durar de três a quatro meses. Mas na sexta-feira, ele fez a primeira indicação clara de que pelo menos algumas montadoras poderiam ter problemas já em abril.Moraes, executivo da Mercedes Benz, disse que as montadoras estão avaliando alternativas como trazer autopeças chinesas de avião ao invés de navio.

Outras alternativas incluem que as montadoras mudem a produção para se concentrarem em carros que não precisam de tantas peças chinesas. Ele não deu mais detalhes sobre as decisões individuais da marca.

A pandemia está causando uma quebra em termos de logística em várias indústrias, já que a china responde por grande parte da produção de peças atualmente. Apesar do país já mostrar sinais de recuperação da pandemia, ainda é muito cedo para a indústria voltar a normalidade. O cenário para os próximos meses, para a indústria do Brasil e do mundo, ainda continua substancialmente incerto.