Real brasileiro se fortalecerá mais com o aumento da entrada de dólar dos EUA devido ao superávit comercial

O real do Brasil provavelmente estenderá sua recente tendência de alta após uma queda no início deste ano, apoiada por maiores entradas de dólares dos EUA, mas contida por uma recessão brutal que restringiu as importações e incitou o déficit orçamentário.

O real (BRBY) registrou um ganho de 4,6% em julho, seu melhor mês desde dezembro. Isso poderia antecipar um desempenho mais forte no futuro próximo, apesar de vários riscos existentes, particularmente a contínua crise de saúde COVID-19.

O real é visto valorizando para 5,20 por dólar americano em um mês, de 5,25 na quarta-feira e depois se recuperando para 4,85 em um ano, aumentando 8,2% sobre seu valor nesta semana, de acordo com a estimativa mediana de 29 economistas consultados entre 31 de julho e agosto. 5)

“A volatilidade diminuiu, mas deve aumentar no quarto trimestre … por causa das tensões subjacentes entre EUA e China, eleições nos EUA e uma segunda onda do COVID-19”, observaram analistas do Rabobank, que aumentaram suas previsões para o real e esperam negociar. perto de 5,25 por dólar no final do ano, ante 5,45 anteriormente.

“Internamente, os fatores ainda são a incerteza criada pelo COVID-19 e os custos fiscais resultantes”.

Desde o início de 2020, o real caiu 23,4%. Ao final de dezembro, cerca de 5,0 por dólar, como está implícito na pesquisa, significaria uma perda anual de quase 20%, o ano mais fraco desde 2015, quando a moeda foi atingida por uma crise política local.

O Brasil registrou um superávit comercial recorde de US $ 8,1 bilhões em julho, quando a crise econômica desencadeada pelo surto de coronavírus levou a um declínio acentuado nas importações. O Ministério da Economia aumentou sua previsão de superávit para 2020 em quase 20%.

No lado negativo, a pandemia está definida para continuar pesando na moeda. O presidente Jair Bolsonaro minimizou a gravidade de uma doença que poderia exceder a marca sombria de 100.000 mortes.

Outra ameaça vem de um orçamento inchado, relacionado à luta em curso contra o COVID-19. “Os riscos fiscais são altos e estão aumentando, os mercados locais têm sido complacentes, mas isso não pode durar para sempre”, escreveram analistas da ARX Investimentos no Rio de Janeiro.

PESO PARA CONSOLIDAR

O mês passado também foi bom para o peso do México, que, como o real e outras moedas de mercados emergentes, se beneficiou de uma queda generalizada no dólar.

A moeda mexicana ainda tem espaço para melhorias por trás disso. “Esperamos que o MXN continue consolidando entre 22,00 e 23,00 por dólar nas próximas semanas”, disse Santiago Leal, estrategista sênior de câmbio do Grupo Financiero Banorte.

Com quase 49.000 mortes devido à pandemia, o México é o segundo país mais afetado da América Latina, que ultrapassou a Europa e se tornou a região com o maior número de mortes por coronavírus no mundo.

No entanto, os investidores reconhecem os sólidos vínculos comerciais do México com os Estados Unidos e os esforços de austeridade do presidente Andrés Manuel López Obrador, que se destacam ainda mais quando comparados aos déficits surpreendentes em pares como a Argentina.

“O risco de pressão adicional sobre o peso não desapareceu completamente, mas é pequeno, dada a forma decente dos saldos externos e uma postura fiscal relativamente conservadora”, escreveram analistas da Societe Generale (OTC: SCGLY) em um relatório na sexta-feira passada.

A moeda estava prevista em 22,20 em 12 meses, 1,5% mais forte que seu valor esta semana, segundo a pesquisa. Ele caiu 16% desde o início de 2020, atingido também pelo aumento das tensões sino-americanas.

Em outros lugares, o peso da Argentina promoveu uma recuperação extremamente incomum em relação ao dólar no mercado negro na terça-feira, depois que o país chegou a um acordo com os credores para reestruturar cerca de US $ 65 bilhões em dívida soberana.

Alguns analistas esperam que o acordo traga mais certeza e a taxa paralela, usada em muitas transações, comece a convergir com a oficial altamente regulamentada, reduzindo um spread que é apenas uma das várias anomalias no país.

Com o dólar chegando ao valor de R$ 5,45 nessa semana, e o euro a R$ 6,40, e, além disso, considerando esssa desvalorização acumulada de mais de 20%, é difícil acreditar que o real se recuperará em um futuro próximo. A pandemia continua sem controle no país, e investidores têm retirado capitais por receio de perdas e instabilidades políticas.