A companhia aérea brasileira Gol está investigando os esforços de sua rival LATAM Airlines para roubar aeronaves da Gol

A companhia aérea brasileira Gol, que entrou com pedido de proteção contra falência nos Estados Unidos no final de janeiro, recebeu permissão de um tribunal dos EUA na segunda-feira para investigar o suposto esforço da sua rival LATAM Airlines para roubar aeronaves Boeing 737 da Gol.

A Gol acusa a LATAM, com sede no Chile, de tentar aproveitar-se da sua situação de falência ao tentar adquirir suas aeronaves, contratar seus pilotos e desencorajar agentes de viagens de reservar voos com a Gol.

Durante uma audiência em Manhattan, o advogado da Gol, Andrew Leblanc, argumentou que a empresa precisa investigar se as ações da LATAM violam a lei de falências dos EUA, descrevendo os esforços da LATAM como um “ataque muito concertado” à Gol.

O juiz de falências dos EUA, Martin Glenn, ordenou que a LATAM fornecesse documentos à Gol e disponibilizasse três de seus executivos para entrevistas com os advogados da Gol, para explicar seu recente esforço para adquirir mais aeronaves de empresas que atualmente alugam seus aviões para a Gol.

Glenn expressou ceticismo sobre a cronologia dos eventos, observando que era “absurdo” acreditar que a LATAM iniciou suas ações no dia seguinte ao pedido de falência da Gol.

O advogado da LATAM, Kyle Ortiz, reconheceu que a carta enviada aos proprietários de aeronaves em 26 de janeiro não foi uma mera coincidência, mas ressaltou que a LATAM estava simplesmente procurando adquirir aviões de grandes empresas de leasing, sem ser motivada apenas pela falência da Gol.

Apesar de Glenn não aprovar o pedido da Gol para investigar um anúncio recente de emprego da LATAM em busca de pilotos qualificados pela Boeing no Brasil, ele deixou aberta a possibilidade de uma investigação futura sobre as comunicações da LATAM com agentes de viagens.

A Gol explicou que tem enfrentado dificuldades devido ao impacto contínuo da pandemia de COVID-19 e à escassez de aeronaves Boeing 737 Max para atender à demanda pós-pandemia. A produção da aeronave pela Boeing foi afetada por várias crises nos últimos anos, incluindo acidentes fatais e problemas técnicos.