Ações do tanque Gol do Brasil após relatório de possível pedido de falência nos EUA

texto em negritoAs ações da companhia aérea brasileira Gol despencaram na segunda-feira, depois que o jornal local Folha de S.Paulo informou que a empresa estava considerando entrar com pedido de proteção contra falência, Capítulo 11, nos Estados Unidos no próximo mês.

As ações da Gol caíram até 13% no relatório, antes de reduzir algumas perdas e cair 8,8%. A operadora foi a maior perdedora no índice de ações de referência do Brasil, Bovespa, que estava sendo negociado quase estável.

A Gol, a segunda maior companhia aérea do Brasil em termos de passageiros transportados, tem lutado com dívidas elevadas e no mês passado contratou a Seabury Capital para auxiliá-la em uma ampla revisão da estrutura de capital.

A Folha, citando fontes familiarizadas com o assunto, informou que a Gol ainda estava tentando negociar um acordo extrajudicial, mas a possibilidade era vista como cada vez mais inviável, já que vários interessados estavam envolvidos nas negociações.

A transportadora, que também enfrentou recentemente atrasos nas entregas de aeronaves da Boeing (NYSE:BA), em comunicado à Reuters disse que esforços para melhorar sua lucratividade e fortalecer seu balanço estavam em andamento.

“A Gol está em discussões com seus stakeholders financeiros sobre diversas opções que lhe proporcionariam maior flexibilidade financeira, incluindo capital adicional para financiar operações”, acrescentou a companhia aérea.

Analistas de sell-side e agências de classificação dizem que a Gol tem fortes números operacionais em meio à forte demanda por viagens aéreas no Brasil, mas as altas despesas com leasing e juros têm pressionado seu fluxo de caixa e afetado seu perfil de dívida.

“Esperamos uma reação negativa do mercado a esta notícia”, disseram os analistas do Itaú BBA liderados por Gabriel Rezende sobre a reportagem da Folha, “pois isso levantará preocupações sobre uma potencial diluição adicional para os acionistas”.

A Peer LATAM Airlines (OTC:LTMAY) em 2022 saiu de um processo de falência relacionado à pandemia com um plano de reorganização de US$ 8 bilhões. A companhia aérea Azul também reestruturou sua dívida no ano passado, mas por meio de acordos com arrendadores, fabricantes e detentores de títulos.