América Latina enfrenta dívida crescente do consumidor, alerta Banco Mundial

Um próximo relatório do Banco Mundial assinala níveis crescentes de endividamento dos consumidores na América Latina, particularmente no Brasil e no Chile, o que poderia potencialmente ameaçar o seu crescimento económico. O relatório, que deverá ser divulgado em breve, alerta para um iminente “choque no serviço da dívida” devido ao aumento dos empréstimos inadimplentes e dos empréstimos inadimplentes para microempresas em países como o Equador.

Apesar das elevadas taxas de juro, a confiança dos consumidores está a aumentar em toda a América Latina, ajudando a recuperação da região após a pandemia. No entanto, esta recuperação da confiança também resultou num aumento do endividamento das famílias. No Brasil e no Chile, a dívida das famílias totaliza agora 47% e 35% do PIB, respetivamente.

Em resposta a estas preocupações crescentes, os bancos centrais de toda a região têm vindo a implementar medidas para mitigar os riscos associados ao elevado endividamento dos consumidores. Estas incluem a flexibilização da política monetária e a implementação de cortes nas taxas de juro. Em um movimento notável, o Brasil impôs um limite de 100% às taxas de cartão de crédito.

O alerta do Banco Mundial surge num momento em que a América Latina continua a sua recuperação económica após a pandemia global. O aumento da confiança dos consumidores que está a impulsionar esta recuperação também está a alimentar um aumento da dívida dos consumidores, criando uma situação complexa para os bancos centrais e os decisores políticos navegarem.

O relatório sublinha a necessidade de vigilância e de medidas proactivas para gerir os riscos associados ao aumento da dívida dos consumidores na América Latina. Destaca também as potenciais implicações para a expansão económica na região se estes riscos não forem eficazmente abordados.