Os argentinos deveriam escolher um presidente que goste da democracia e do bloco comercial Mercosul, disse o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, na terça-feira, antes do segundo turno das eleições no vizinho sul, no domingo.
Lula disse que os eleitores deveriam pensar sobre que tipo de América do Sul desejam criar antes de irem às urnas para decidir a corrida presidencial entre o ministro da Economia, Sergio Massa, e o economista de extrema direita Javier Milei.
Milei questionou a relação da Argentina com o Brasil, chamando Lula de “comunista”, e criticou publicamente o mercado comum sul-americano, o Mercosul, dizendo que a Argentina “seguiria seu próprio caminho”.
“A Argentina é muito importante para o Brasil”, disse Lula em transmissão ao vivo semanal nas redes sociais.
“Argentina e Brasil precisam um do outro. Precisamos estar juntos, sem diferenças. Quando temos desentendimentos, sentamos à mesa, negociamos e acabamos com o desentendimento. Foi assim que convivi com a Argentina até agora”, disse.
Lula pediu aos eleitores argentinos que pensem cuidadosamente sobre a sua decisão.
“Precisamos de um presidente que goste da democracia, que respeite as instituições, que goste do Mercosul, que goste da América do Sul e que pense em criar um bloco importante. Hoje o mundo está dividido em blocos, o bloco europeu, o bloco asiático. nosso próprio bloco para negociar com o resto do mundo", disse ele.
Milei, apelidado de “Bolsonaro da Argentina” por causa de sua afinidade ideológica com o ex-presidente de extrema direita do Brasil, Jair Bolsonaro, disse em discursos de campanha que limitaria o comércio com o Brasil se fosse eleito.
Ele chamou Lula de “comunista raivoso” e “socialista com vocação totalitária”.
Por outro lado, Massa tem relações mais calorosas com o governo Lula e reuniu-se em Brasília com o ministro das Finanças brasileiro, Fernando Haddad, para discutir a relação de Buenos Aires com o Fundo Monetário Internacional (FMI).