As ações da Capri despencaram quase 46% na sexta-feira após um juiz dos EUA bloquear a fusão proposta de US$ 8,5 bilhões com a Tapestry, empresa-mãe da Coach, prejudicando as chances do proprietário da Michael Kors de superar os desafios enfrentados pela marca de luxo.
No ano passado, a Tapestry concordou em adquirir a Capri com o objetivo de criar um gigante do luxo americano capaz de competir de maneira mais eficaz com os grandes rivais europeus, reunindo as marcas Coach, Kate Spade, Stuart Weitzman, Versace, Jimmy Choo e Michael Kors sob um mesmo teto.
As ações da Capri estavam sendo negociadas a US$ 22,46, bem abaixo do preço de oferta da Tapestry de US$ 57 por ação, e a situação estava prestes a eliminar US$ 2,2 bilhões de sua capitalização de mercado.
Problemas de execução em toda a ampla carteira de marcas da Capri levaram a perdas de participação de mercado em um momento em que o setor de luxo enfrenta uma desaceleração na demanda, com os consumidores priorizando gastos com itens essenciais. Em abril, a Comissão Federal de Comércio (FTC) processou para bloquear o negócio, afirmando que isso eliminaria a “competição direta” entre os dois maiores fabricantes de bolsas dos EUA.
Caso o acordo fall through, “a Capri pode potencialmente procurar outro interessado”, afirmou Dana Telsey, do Telsey Advisory Group. “A atratividade da aquisição começou a moderar-se”, pressionada pelos resultados fracos da Capri e pela extensão do cronograma do acordo após o desafio da FTC, disse Dana.
Enquanto isso, as ações da Tapestry subiram quase 15%. Analistas observaram que o negócio traria um risco adicional para a mãe da Coach, mesmo que a empresa estivesse bem posicionada para reviver a Capri. Durante um julgamento de oito dias em setembro, a FTC argumentou que a fusão resultaria em uma empresa massiva com o poder de elevar preços de forma injusta.