Banco central do Brasil aumentará juros se necessário, mostra ata

O banco central do Brasil não hesitará em aumentar as taxas de juros se necessário para reduzir a inflação para sua meta, mostraram as atas de sua reunião de política de 30 a 31 de julho na terça-feira.

A autoridade monetária pediu maior “vigilância”, pois as expectativas de inflação mostraram mais desancoragem, e os formuladores de políticas deixaram a porta aberta para um potencial aumento da taxa à frente, embora tenham dito que não estavam comprometidos com uma estratégia de política.

O banco central do Brasil manteve as taxas de juros inalteradas em 10,50% pela segunda reunião consecutiva, conforme o esperado, sinalizando a piora das expectativas de inflação e as recentes oscilações do mercado. A decisão foi unânime.

O comitê de definição de taxas, conhecido como Copom, disse que “acredita unanimemente que o estágio atual é de cautela ainda maior e de monitoramento diligente dos fatores condicionantes da inflação”, de acordo com as atas.

“O Copom reforçou unanimemente que não hesitará em aumentar a taxa de juros para garantir a convergência da inflação para a meta, se julgar apropriado.”

Após a publicação da ata, o real se fortaleceu 1% em relação ao dólar e os futuros de juros do Brasil agora precificam uma chance de 62% de um aumento de 25 pontos-base na taxa na próxima reunião do Copom em setembro, acima dos 43% na segunda-feira.

“A ata veio muito mais agressiva do que a declaração de política”, disse a economista do BNP Paribas (OTC:BNPQY) Laiz Carvalho. “O banco central está efetivamente dizendo que pode aumentar as taxas, e acho que o mais importante é que seja unânime.”

As projeções de inflação na maior economia da América Latina têm subido e agora estão em 4,12% para 2024 na pesquisa semanal do banco central com economistas.