Banco Central do Brasil está comprometido em reduzir inflação para meta, dizem autoridades

Os formuladores de políticas do Banco Central do Brasil enfatizaram na quarta-feira que farão o que for preciso para trazer a inflação de volta à meta de 3% do país, ao mesmo tempo em que expressaram preocupação com as expectativas de preços ao consumidor não ancoradas.

O banco central da maior economia da América Latina entregou no mês passado um aumento de 25 pontos-base em sua taxa básica de juros, levando-a para 10,75%, e deve acelerar o ritmo de aperto quando seu conselho se reunir em novembro.

A autoridade monetária do Brasil tem tentado lidar com uma perspectiva desafiadora de inflação impulsionada por uma atividade econômica mais forte do que o esperado.

O governador do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que era importante convencer os investidores de que os formuladores de políticas farão “o que for necessário” para atingir as metas de inflação, ecoando comentários feitos anteriormente por Paulo Picchetti, diretor de relações internacionais do Banco Central.

Ambos os homens indicaram que o Banco Central manteria sua abordagem baseada em dados daqui para frente e observaram que estão preocupados com as expectativas de inflação excedendo a meta.

“Quando você vê a inflação desancorando e o prêmio de risco onde está hoje, (esses são) sinais que nos preocupam muito”, disse Campos Neto em um evento organizado pelo UBS.

Uma pesquisa com economistas privados mostrou no início desta semana que a taxa de inflação do Brasil deve fechar o ano em 4,5%, atingindo o limite superior da faixa de meta de 1,5%-4,5% do banco central, e desacelerar para 3,99% até o final do ano que vem.

Os mercados estão precificando uma chance de 89% de que o banco central aumente os custos de empréstimos em 50 pontos-base no mês que vem, enquanto os outros 11% apontam para um aumento ainda maior de 75 pontos-base.