Banco Central do Brasil vê ganhos na sinalização de cortes nas taxas para duas reuniões futuras, diz diretor

O Banco Central do Brasil evoluiu na comunicação, deixando de indicar um padrão elevado para acelerar seu ritmo de flexibilização e agora sinalizando cortes de 50 pontos base nas taxas nas próximas duas reuniões, disse um representante sênior na quarta-feira.

Falando em um evento online organizado pelo J.P. Morgan, Diogo Guillen, diretor de política monetária do banco central, disse: “Acreditamos que há um resultado positivo no fornecimento desta orientação”.

Guillen disse que a taxa terminal no ciclo de flexibilização terminará em um ponto restritivo, mas o banco central se abstém de especificar o que seria devido à crença de que “há mais ruído do que sinal na tentativa de fornecer um número”.

Em Dezembro, os decisores políticos assinalaram reduções adicionais de 50 pontos base em cada uma das próximas reuniões políticas em Janeiro e Março.

O banco central começou a cortar as taxas em agosto, depois de mantê-las no nível mais alto em seis anos por quase um ano para conter a inflação. Até o momento, reduziram os custos dos empréstimos em 200 pontos-base, elevando a taxa básica Selic para 11,75%.

Guillen reforçou que não existe uma relação mecânica entre o cenário externo e as ações do banco, uma vez que os formuladores de políticas se concentram nos mecanismos de transmissão da inflação.

Reconheceu uma mudança “impressionante” nos preços externos entre as duas últimas reuniões de política, apoiando a observação de um cenário externo menos adverso mas volátil.

Ele também destacou novamente que o banco central tem enfatizado as preocupações com as expectativas de inflação acima da meta.

Segundo Guillen, o banco central não interveio no mercado de câmbio em 2023 porque não observou nenhuma disfuncionalidade. Ele acrescentou que o banco não estabelece metas para a taxa de câmbio.