Banco Central do México diz que pausa nos cortes de juros não significa fim do ciclo de flexibilização

Uma pausa no ciclo de flexibilização da política monetária do Banco do México em sua última reunião não significa que o ciclo terminou e os membros do conselho estarão em busca de condições que permitam retomá-lo, revelou a ata dessa reunião de política na quinta-feira.

O Banxico, como o banco é conhecido, manteve sua taxa básica de juros inalterada em 4,0%, conforme esperado em sua última reunião de política monetária em 25 de março, e disse que a inflação provavelmente será um pouco mais alta nos próximos meses do que a previsão anterior.

Todos os cinco membros do conselho do Banxico destacaram que a política monetária deve garantir a ancoragem das expectativas de inflação e que a inflação principal e o núcleo seguem uma tendência de queda.

“A maioria dos membros mencionou que esta pausa no ciclo de flexibilização não significa que o referido ciclo tenha terminado, e que olhando para o futuro eles estarão cientes caso as condições o permitam continuá-lo”, disse a ata.

A ata indica que, embora a política monetária possa contribuir para a recuperação, ela deve fazê-lo sem comprometer a estabilidade de preços.

Os preços ao consumidor mexicano subiram 4,67% no ano até março devido a um aumento nos preços dos combustíveis, para seu nível mais alto desde dezembro de 2018 e acima da faixa-alvo do Banxico, mostraram dados na quinta-feira.

A ata destacou que a atividade econômica doméstica desacelerou em janeiro e fevereiro, com a maioria dos membros afirmando que a desaceleração se deveu ao aumento da pandemia, à implementação de novas restrições à mobilidade e às interrupções no fornecimento de alguns produtos.

A maioria dos membros destacou que o setor de manufatura, especialmente a indústria automotiva, foi afetado pela escassez de semicondutores.

“Alguns indicadores oportunos apontam para uma contração durante o primeiro trimestre de 2021”, dizia a ata.

A economia do México contraiu 8,5% em 2020, seu mergulho mais profundo em quase 90 anos, devido à devastação da pandemia COVID-19. No entanto, a economia se recuperou mais rápido do que inicialmente estimado no último trimestre de 2020.