Quando os Estados Unidos disseram no ano passado que sediariam a Cúpula das Américas de 2022, as autoridades tinham grandes esperanças de que o evento ajudasse a reparar os danos da era Trump às relações e reafirmar a primazia dos EUA sobre a crescente influência da China na América Latina.
Mas à beira da reunião da próxima semana em Los Angeles, o presidente dos EUA, Joe Biden, enfrenta uma luta para fazer um sucesso de uma cúpula atormentada por problemas antes mesmo de começar.
A discórdia ideológica sobre quem convidar, o ceticismo sobre o compromisso dos EUA com a América Latina e as baixas expectativas de grandes acordos sobre questões como migração e cooperação econômica já mancharam o evento, dizem autoridades e analistas.
“Os americanos basicamente interpretaram mal a situação por não terem previsto que haveria um alvoroço sobre quem estaria presente”, disse Andres Rozental, ex-vice-ministro das Relações Exteriores do México, argumentando que a cúpula corria o risco de se tornar “sem brilho”.
Um funcionário dos EUA, falando sob condição de anonimato, admitiu que os preparativos foram “mais confusos do que imaginávamos”.
Eventos de nível inferior começam na segunda-feira, então os líderes começam a chegar. Biden deve chegar na quarta-feira para abrir formalmente a primeira cúpula sediada pelos EUA desde a reunião inaugural em 1994.
Apesar de preocupações prementes como inflação, tiroteios em massa e o conflito na Ucrânia, Biden pretende se reengajar com os vizinhos do sul para forjar uma visão comum após anos de relativa negligência sob seu antecessor ‘America First’, Donald Trump, que pulou a última cúpula em Lima em 2018.