A Boeing pagará à Embraer um valor bruto de US$ 150 milhões por sua decisão de abandonar as negociações para uma fusão de aviação comercial em 2020, disse a fabricante brasileira de aviões na segunda-feira.
O acordo marca a conclusão de um longo processo de arbitragem que começou depois que a empresa dos EUA abortou um acordo de US$ 4,2 bilhões para comprar as operações de fabricação de jatos comerciais da Embraer no meio da pandemia de COVID-19.
As ações da Embraer negociadas em São Paulo caíram 4,5% após o anúncio de segunda-feira, pois alguns analistas disseram que o valor final foi menor do que o esperado. No acumulado do ano, no entanto, elas permanecem com alta de 120%, pois a empresa experimenta uma demanda positiva por suas aeronaves.
“O dinheiro recebido ficou abaixo das nossas e provavelmente das expectativas de rua”, disseram analistas do JPMorgan liderados por Marcelo Motta, observando que sua previsão de entrada de caixa ficou entre US$ 300 milhões e US$ 400 milhões.
“No entanto, isso ajuda a Embraer a desalavancar ainda mais suas operações.”
Quando o acordo fracassou, a Boeing (NYSE:BA) acusou a Embraer de não cumprir as condições para fechar a transação, que foi ao ar pela primeira vez em 2018, mas a Embraer disse que a Boeing a havia torpedeado por causa de problemas financeiros mais amplos, desencadeando o processo de arbitragem.
Um “acordo de colarinho” foi selado recentemente pelas partes após a arbitragem, disse a Embraer em um registro de valores mobiliários.
A Boeing confirmou em uma declaração separada que um acordo havia sido alcançado, sem mencionar o valor a ser pago.
“Estamos satisfeitos por termos concluído o processo de arbitragem com a Embraer”, disse. “De forma mais ampla, estamos orgulhosos de nossos mais de 90 anos de parceria com o Brasil e esperamos continuar a contribuir para a indústria aeroespacial no Brasil.”