Bolsonaro chega à cúpula do G20 no Japão em meio a controvérsia internacional

Jair Bolsonaro fez sua estreia na cúpula do G20 nesta sexta-feira (28) em meio à pressão de líderes internacionais sobre a política ambiental brasileira e as repercussões negativas da prisão de um militar que transportava 39 kg de cocaína a bordo da aeronave presidencial. Bolsonaro desembarcou nesta quinta-feira (27) no Japão e ficou visivelmente irritado e impaciente durante uma entrevista na chegada ao hotel.

Em uma conversa de dois minutos, ele refutou a chanceler alemã Angela Merkel, que disse estar preocupada com o desmatamento na Amazônia e pretendia ter uma “conversa clara” com Bolsonaro. O presidente respondeu que não aceitaria ser criticado por outros países durante o G20. “Eles [alemães] têm que aprender muito conosco. O presidente do Brasil que está aqui não é como alguns dos anteriores que vieram para cá para serem citados por outros países”, disse ele. “Não, a situação aqui é de respeito pelo Brasil. Não vamos aceitar tratamento como no passado.”

Bolsonaro também enfrenta o embaraço internacional do sargento Manoel Silva Rodrigues, acusado de usar um avião da Força Aérea para transportar drogas para a Espanha. “Foi uma falta de sorte acontecer exatamente na época de um evento mundial”, afirmou o ministro Augusto Heleno (Escritório de Segurança Institucional). “E terá repercussão mundial que não teria ocorrido em outro momento”. Chegando em Osaka, Bolsonaro disse pouco e ficou em silêncio por minutos, quando os repórteres o questionaram sobre qual mensagem ele traria para o encontro. Primeiro, ele disse que veio “falar e ouvir”.

Depois de um estímulo consistente da imprensa, ele fez uma pausa e disse, irritado: “Quer que eu diga o quê?” Em resposta, ele respondeu laconicamente que lidaria com a indústria, a internet e o meio ambiente. Sem compromissos oficiais no primeiro dia no Japão, Bolsonaro percorreu a área comercial de Osaka e tirou foto