Bolsonaro fecha com assessor para se tornar ministro da Justiça do Brasil

Espera-se que o presidente brasileiro Jair Bolsonaro nomeie seu secretário presidencial para substituir o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, que acusou Bolsonaro de fazer algo errado em sua demissão na sexta-feira.

O atual chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), enquanto isso, será escolhido como o novo chefe de polícia federal, disse a pessoa, falando sob condição de anonimato.

As nomeações colocarão ambos os empregos nas mãos de dois ex-policiais com íntimas conexões pessoais com Bolsonaro e seus filhos.

Moro, ex-juiz que é popular por prender políticos e empresários corruptos, disse que estava deixando o governo porque Bolsonaro havia demitido o chefe da polícia federal por razões pessoais e políticas.

Bolsonaro chamou as acusações de “infundadas”, enquanto dizia que era seu direito escolher o chefe de polícia. Bolsonaro negou interferir nas investigações policiais envolvendo membros de sua família ou pedir arquivos de inteligência da polícia federal.

O secretário da Presidência, Jorge Oliveira, assumirá o cargo de ministro da Justiça, com as indicações anunciadas no domingo, disse a fonte.

Como secretário, Oliveira supervisionou a redação dos decretos e propostas legislativas de Bolsonaro, além de outras tarefas administrativas.

O pai de Oliveira foi assessor de Bolsonaro por mais de 20 anos no Congresso. Antes de Bolsonaro vencer a eleição, Oliveira trabalhou como chefe de gabinete do filho de Bolsonaro, Eduardo.

O chefe de inteligência Alexandre Ramagem, que é apontado como o novo chefe de polícia federal, também é amigo íntimo dos filhos de Bolsonaro.

Bolsonaro levou ao Facebook para defender Ramagem, cuja indicação a imprensa brasileira noticiou desde sexta-feira, embora ainda não tenha confirmado sua seleção.

"E daí? Eu conhecia Ramagem antes de conhecer meus filhos. Ele deveria ser vetado por esse motivo? De quem devo escolher? o presidente disse em um post. Ramagem se encarregou da segurança pessoal de Bolsonaro depois que Bolsonaro foi esfaqueado na campanha em 2018 e ele se tornou chefe de inteligência em julho passado.

O escritório de Bolsonaro se recusou a comentar imediatamente. As ligações para Oliveira ficaram sem resposta. O serviço de inteligência Abin não respondeu imediatamente a um pedido de comentário de Ramagem.

É improvável que as nomeações preencham o buraco deixado pelo governo Moro, cuja saída deve alienar os eleitores que apoiaram Bolsonaro com base na mensagem anticorrupção do presidente.

A saída de Moro enfraquece Bolsonaro, enquanto o Brasil está lutando para lidar com a pandemia de coronavírus. A popularidade de Bolsonaro despencou, pois ele minimizou uma pandemia que matou mais de 4.000 pessoas no Brasil no sábado.