O presidente da direita, Jair Bolsonaro, alertou na segunda-feira que seu país pode ver uma onda de migrantes fugindo da Argentina se uma eleição presidencial retornar ao poder políticos esquerdistas, depois de sua forte demonstração na votação primária de domingo.
Bolsonaro se colocou como inimigo dos líderes de esquerda da América Latina e comemorou sua amizade com o presidente argentino, Mauricio Macri, que enfrenta grandes chances de ganhar outro mandato em outubro. O presidente brasileiro destacou a ex-presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, como “canalha esquerdista”, a candidata à vice-presidência no ingresso confirmada como favorita no domingo. Ele a comparou a aliados ideológicos do presidente cubano Fidel Castro ao presidente venezuelano Nicolas Maduro.
Falando no sul do Brasil, Bolsonaro alertou que em breve poderá ver a migração a par do norte do país, onde ondas de venezuelanos fugiram de uma crise econômica. “Não queremos isso: irmãos argentinos que estão fugindo para cá, vendo quão horrível isso pode acontecer se o resultado da votação de ontem for confirmado em outubro”, disse ele.
A moeda do peso argentino entrou em colapso na segunda-feira e a inflação deve subir, já que os eleitores flertaram com o retorno à economia intervencionista, rejeitando Macri, favorável ao mercado, para a oposição na votação primária no domingo. O governo de Bolsonaro não tem vergonha de avaliar a política interna da região, antagonizar o venezuelano Maduro e manter uma amizade próxima com o presidente paraguaio, Mario Abdo, quando ele enfrentou a ameaça de um impeachment.
Bolsonaro convocou seu filho Eduardo para se tornar embaixador em Washington, citando elogios do presidente dos EUA, Donald Trump. Em uma visita a Washington, Eduardo Bolsonaro se reuniu com membros do movimento conservador e usava um boné estampado: “Tornar a América Grande Novamente - Trump 2020”.