Brasil compartilhará inteligência e tecnologia com nações amazônicas no centro policial de Manaus

O Brasil está avançando com a criação de um centro de segurança internacional em Manaus que reunirá as nações amazônicas (NASDAQ:AMZN) no policiamento da floresta tropical, no compartilhamento de inteligência e na perseguição de criminosos, disse um alto oficial da polícia brasileira.

Foi alugado um prédio e estão sendo adquiridos equipamentos para o centro que contará com representantes policiais dos outros sete países da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA).

O centro vai combater o tráfico de drogas e o contrabando de madeira, peixes e animais exóticos, bem como o desmatamento e outros crimes ambientais, disse Humberto Freire, chefe do departamento de Meio Ambiente e Amazônia da Polícia Federal, em entrevista na sexta-feira. A mineração ilegal de ouro em reservas protegidas de povos indígenas como os Yanomami também será uma prioridade, disse ele.

Unir os países amazônicos contra a atividade criminosa na maior floresta tropical do mundo é fundamental para o esforço do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para restaurar as credenciais ambientais do Brasil após quatro anos de desmatamento crescente sob seu antecessor de extrema direita, o ex-presidente Jair Bolsonaro.

O Centro de Cooperação Policial Internacional (CCPI), agora programado para entrar em funcionamento no primeiro trimestre deste ano, será financiado com 9 milhões de reais (US$ 1,8 milhão) do Fundo Amazônia, um esforço multinacional de doações iniciado pela Noruega para ajudar financiar o desenvolvimento sustentável na Amazônia.

O Brasil compartilhará com seus vizinhos amazônicos a tecnologia que a Polícia Federal está desenvolvendo para rastrear as origens do ouro extraído ilegalmente por garimpeiros selvagens na floresta tropical, disse Freire.

Essa tecnologia, que deve estabelecer o “DNA do ouro”, usa radioisótopos para determinar de onde vem o ouro, comparando partículas do metal, minério ou sujeira com amostras coletadas em áreas de mineração de ouro em todo o Brasil, um vasto processo de mapeamento que está próximo conclusão, disse ele.

Os membros da OTCA serão solicitados a fazer o mesmo mapeamento de amostras em seus países, disse Freire.

A polícia desenvolveu a tecnologia com a Universidade de São Paulo e tem 50 milhões de reais do Fundo Amazônia para implementar um programa que exigirá uma varredura de radioisótopos, possivelmente do Japão, e dispositivos portáteis de identificação de radioisótopos para serem usados em portos e aeroportos, disse ele. .