O governo brasileiro confirmou na segunda-feira que estava em negociações sobre um possível pagamento de US$ 18 bilhões de um trio de mineradores envolvidos no rompimento mortal de uma barragem em 2015, dizendo que o acordo também poderia envolver mais trabalhos de reparo pelas próprias empresas.
No início deste mês, a Reuters informou que a gigante brasileira da mineração Vale e a BHP da Austrália, juntamente com sua joint venture Samarco, poderiam em breve chegar a um acordo para pagar cerca de 100 bilhões de reais (US$ 18,2 bilhões) em fundos adicionais para reparos, com os termos finais do acordo esperados para outubro.
O ministro de Energia e Mineração, Alexandre Silveira, confirmou a história em uma entrevista na segunda-feira à emissora de rádio local Itatiaia, sediada no estado de Minas Gerais, onde ocorreu o vazamento tóxico.
Além das reparações em discussão, ele disse que as negociações também cobrem cerca de 30 bilhões de reais em remediação que as próprias empresas implementariam, como a remoção de resíduos tóxicos de mineração de um rio local.
O rompimento da barragem em uma mina de minério de ferro da Samarco perto da cidade de Mariana há nove anos desencadeou uma onda de rejeitos tóxicos que matou 19 pessoas, deixou centenas de desabrigados, inundou florestas e poluiu toda a extensão do Rio Doce.
As mineradoras já pagaram cerca de 37 bilhões de reais em remediação e indenização pelo rompimento da barragem de rejeitos, disse Silveira.
Uma proposta anterior das mineradoras, que não foi totalmente aceita pelas autoridades, havia estabelecido um pagamento de 82 bilhões de reais às autoridades em novos recursos, além de outros 21 bilhões de reais em reparos que as mineradoras implementariam.