Brasil prepara medidas para ajudar setores atingidos por veto a benefícios fiscais

O ministro das Finanças do Brasil, Fernando Haddad, disse na sexta-feira que o governo introduzirá medidas para ajudar os 17 setores afetados pelo veto presidencial a um projeto de lei que visa estender a isenção de impostos sobre a folha de pagamento.

Haddad disse que as medidas seriam apresentadas após o retorno das autoridades do governo da cúpula climática COP28 em Dubai.

“Quando o Congresso tomar conhecimento do que pretendemos fazer, acredito que esta situação será resolvida”, disse o ministro, sem detalhar qualquer iniciativa.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou o projeto de lei na quinta-feira, alegando preocupações de que implicaria perda de receita sem especificar medidas compensatórias. O projeto aprovado pelo Congresso em outubro estenderia os benefícios fiscais até 2027.

A medida ocorreu num momento em que a sua administração tenta implementar medidas destinadas a alcançar uma meta ambiciosa de eliminar o défice primário até 2024, com alguns encontrando resistência no Congresso.

O veto ainda poderá ser revertido pelos legisladores se a maioria absoluta na Câmara dos Deputados e no Senado votarem a favor da reintegração do projeto.

O governo enfatizou seu compromisso de ajudar os setores afetados após a aprovação de uma reforma tributária sobre o consumo e de uma medida destinada a gerar 35 bilhões de reais (US$ 7 bilhões) em 2024, evitando que descontos fiscais estaduais reduzam o lucro tributável das empresas para fins de receita federal, disse. Haddad.

Reiterou o objectivo do governo de alcançar o equilíbrio fiscal e disse que isso seria conseguido através de distorções fiscais falidas.

Haddad também atribuiu a queda nas receitas públicas no terceiro trimestre à crise económica estimulada pelas altas taxas de juro.

“Os altos juros e o alto déficit precisam ser corrigidos no menor tempo possível”, disse ele.