Brasil prepara primeiro título ESG e mira janela de setembro a novembro

O governo do Brasil delineou na terça-feira planos para sua primeira emissão de títulos soberanos sustentáveis nos próximos meses para financiar projetos ambientais e gastos sociais.

O Tesouro disse que agendou uma série de reuniões com investidores no exterior na próxima semana para apresentar a nova emissão de títulos, que faz parte da agenda de política verde no centro do terceiro mandato não consecutivo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O secretário do Tesouro, Rogério Ceron, disse à Reuters que a emissão ocorrerá durante a janela mais oportuna do mercado, que pode ser logo após o roadshow deste mês ou até novembro.

“É provável que seja uma operação substancial, talvez superior a mil milhões de dólares. No entanto, o montante exacto, se será de 2 mil milhões, 3 mil milhões ou 2,5 mil milhões de dólares, é algo que não podemos determinar neste momento”, disse ele.

O Tesouro brasileiro disse que os fundos serão alocados para gastos do governo com benefícios ambientais ou sociais em 17 áreas predefinidas, incluindo redução de emissões de gases de efeito estufa, mitigação do desmatamento e alívio da fome.

Ceron disse que a estrutura de títulos ESG revelada na terça-feira deve servir como orientação não apenas para a próxima emissão de títulos, mas também para operações futuras.

As diretrizes incluem áreas elegíveis para financiamento e estabelecem indicadores de desempenho e benefícios esperados até 2030, juntamente com relatórios de prestação de contas subsequentes até o vencimento dos títulos, disse ele.

“Isso constitui a base para um programa de emissões”, disse Ceron, sinalizando planos para mais operações nos próximos anos.

O Tesouro escolheu o modelo de “utilização de recursos” para a operação para garantir que a emissão sirva como uma referência forte nos mercados globais e apoie as emissões corporativas, acrescentou.