O Brasil registrou um superávit comercial de US$ 11,4 bilhões em maio, marcando um recorde para qualquer mês desde o início da série de dados em 1989, mostraram dados oficiais na quinta-feira.
O número também ficou acima do superávit de US$ 9 bilhões esperado em uma pesquisa da Reuters com economistas, apoiada por um aumento no volume de exportações que mais do que compensou as quedas de preços.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, as exportações brasileiras somaram US$ 33,1 bilhões em maio, alta de 11,6% em relação ao mesmo mês de 2022, e o maior valor já registrado em toda a série.
Eles foram reforçados por um crescimento significativo de dois dígitos nas principais commodities, incluindo soja (+23%), petróleo bruto (+21,4%) e açúcar (+91,8%).
Enquanto isso, as importações caíram 12,1% em maio, para US$ 21,7 bilhões, acrescentou o ministério.
Herlon Brandão, diretor de Inteligência e Estatística de Comércio Exterior do ministério, atribuiu o forte aumento das exportações brasileiras à safra agrícola recorde do país, com fortes embarques de soja.
“Isso deve esfriar, mas não muito. Ainda temos a safra recorde de milho chegando nos próximos meses também, então o volume embarcado este ano deve crescer”, disse ele em entrevista coletiva.
De janeiro a maio, o saldo comercial positivo aumentou 39,1% em relação ao mesmo período do ano passado, chegando a US$ 35,3 bilhões.
Após a projeção inicial do ministério de um superávit comercial de US$ 84 bilhões este ano, Brandão disse que o número deve ser alterado na próxima revisão em julho, considerando perspectivas de exportação mais favoráveis.