Brasileira Natura avalia nova listagem de negócios da Avon fora da América Latina

A fabricante brasileira de cosméticos Natura &Co disse na segunda-feira que seu conselho autorizou a administração a estudar a divisão de sua marca Avon fora da América Latina, o que poderia gerar uma nova empresa listada administrando o negócio fora da região.

A cisão, cujos detalhes a Natura afirma ainda estar sendo avaliados, seria a mais recente de uma série de movimentos que a Natura tomou no último ano, ao tentar simplificar sua estrutura, como o desinvestimento de suas marcas Aesop e The Body Shop.

A Natura disse em um documento de valores mobiliários que o possível acordo separaria a atual empresa em duas partes listadas.

A Natura &Co Latam operaria a marca Natura em todo o mundo e a marca Avon apenas na América Latina. A Avon, por sua vez, operaria sua própria marca fora da América Latina, ao mesmo tempo em que faria parceria com a Natura &Co Latam dentro da região.

Os negócios da Avon nos EUA, que nunca foram propriedade da Natura, não fazem parte do acordo.

Em comunicado, a Natura disse que o estudo da cisão era “consistente” com sua estratégia de simplificar sua estrutura corporativa e tornar suas unidades de negócios mais autônomas.

Afirmou que a medida não afectaria a integração contínua das marcas Natura e Avon na América Latina, acrescentando que uma maior autonomia poderia beneficiar as marcas, que afirma terem geografias e bases de clientes “distintas”.

A Natura sofreu nos últimos anos devido à alta inflação e aos impactos econômicos da guerra da Rússia na Ucrânia, o que levou o CEO Fabio Barbosa a começar a racionalizar a empresa.

No ano passado, a Natura vendeu a marca de luxo Aesop à francesa L’Oreal por 2,59 mil milhões de dólares, bem como a The Body Shop ao investidor privado Aurelius Group, num negócio avaliado em 207 milhões de libras esterlinas (259 milhões de dólares).

A Natura, que tem ações listadas em São Paulo e anunciou no mês passado planos de retirar suas American Depositary Shares da Bolsa de Valores de Nova York, não deu detalhes sobre onde as empresas seriam listadas no possível acordo.