CEO da Sigma Lithium diz que está conversando com potenciais compradores

A Sigma Lithium está trabalhando com o Bank of America (NYSE:BAC) para coordenar as negociações com as partes interessadas em adquiri-la, disse o presidente-executivo da mineradora, que produz o metal usado para fabricar baterias de veículos elétricos, à Reuters na sexta-feira.

As discussões do acordo ocorrem em meio a uma crise de oferta de lítio. A Sigma no início deste ano iniciou a produção no projeto de hard rock Grota do Cirilo, no Brasil, para fornecer cerca de um quarto de sua produção para a LG Energy Solution com o restante programado para venda no mercado spot.

O Bank of America é o banco a prazo da Sigma há algum tempo e mantém reuniões há pelo menos quatro meses com partes que se aproximam com interesse na aquisição da mineradora de lítio, disse a CEO da Sigma, Ana Cabral-Gardner, em entrevista. Ela acrescentou que a empresa “está focada em alternativas que abraçam a importância dos valores de sustentabilidade social de nossos acionistas”.

O Bank of America se recusou a comentar.

A Bloomberg News informou em fevereiro, citando fontes, que a montadora Tesla (NASDAQ:TSLA) Inc estava considerando uma oferta pela Sigma, com sede em Vancouver, listada na Nasdaq e com valor de mercado de US$ 4,2 bilhões.

“O que posso confirmar é que desde que os rumores começaram em fevereiro, a administração continua trabalhando para entender alternativas estratégicas para fortalecer a posição ambientalmente competitiva única da Sigma e do Brasil no meio da cadeia de suprimentos global”, disse Cabral-Gardner. Ela também é sócia-diretora da A10 Investimentos, que detém 44% das ações da Sigma.

Cabral-Gardner disse que enquanto o Bank of America está coordenando reuniões com as partes que abordam a Sigma, a Sigma ainda não escolheu um banco para aconselhar sobre qualquer transação potencial.

“Talvez eu não esteja vendendo. Talvez eu esteja fazendo parceria com alguém. Ainda não sei o que estou fazendo”, disse Cabral-Gardner na entrevista.

“Precisamos encontrar alguém para casar e, quando encontramos alguém para casar, escolhemos um padre”, disse Cabral-Gardner, fazendo uma analogia entre um banqueiro de fusões e aquisições e um padre. “O padre vai depender de com quem vamos nos casar.”

Cabral-Gardner acrescentou que a Sigma não planeja vender a mina brasileira separadamente da própria empresa.

“A empresa é o ativo”, disse ela.

Como a demanda de lítio é baixa no Brasil focado em biocombustíveis, o país exporta quase tudo.

A Sigma projetou que a mina atingirá um fluxo de caixa livre anual de US$ 455 milhões para sua primeira fase de produção. Oito analistas recomendam a compra de ações da Sigma e acreditam que ela deve ser negociada 28% acima dos níveis atuais, segundo dados da Refinitiv Eikon.