China e Brasil testarão plano de rastreabilidade de carne bovina

A China, o maior importador de carne bovina do mundo, e o Brasil, o maior fornecedor, criarão um esquema piloto como parte dos esforços para tornar a produção de carne bovina mais sustentável, informou a mídia estatal na quarta-feira.

A carne bovina é considerada uma das formas de alimento com maior emissão de carbono, especialmente no Brasil, onde a produção de alimentos tem sido associada ao desmatamento de áreas florestais que retêm carbono.

A Administração Estatal de Regulação do Mercado da China reuniu-se com instituições brasileiras para discutir métodos para garantir a transparência da cadeia de abastecimento de carne bovina e o estabelecimento de uma plataforma de rastreabilidade transfronteiriça, disse a CCTV. Não forneceu mais informações sobre o momento.

Os países concordaram que um padrão global unificado seria fundamental para o sistema de rastreabilidade, o que também ajudaria a combater a carne bovina falsificada.

As empresas chinesas há muito que dão prioridade ao preço em detrimento da sustentabilidade, mas estão lentamente a ganhar interesse em fornecimentos mais ecológicos.

Em contraste com os esforços de sustentabilidade no Ocidente, que têm sido frequentemente liderados pelos consumidores, a mudança da China é impulsionada, em primeiro lugar, por sinais políticos, bem como pela pressão dos investidores.

Os comerciantes e analistas de sustentabilidade, no entanto, dizem que os custos mais elevados e os desafios logísticos poderão limitar a procura de bens sustentáveis.

A pecuária no Brasil está ligada a quase 24% do desmatamento tropical anual global e a aproximadamente 10% do total das emissões globais de gases de efeito estufa, de acordo com a organização ambiental The Nature Conservancy.

A pastagem para gado é o uso inicial mais comum para áreas desmatadas na Amazônia (NASDAQ:AMZN) e na savana vizinha do Cerrado, uma prática que enfrenta limites legais estritos, mas continua ilegalmente.