Comissão exclusiva da UE diz que acordo comercial do Mercosul é uma prioridade em busca de novos aliados

A Comissão Europeia disse que é uma prioridade concluir um acordo comercial há muito adiado com o bloco sul-americano do Mercosul, enquanto a UE busca novos aliados para reduzir sua dependência da China e dos Estados Unidos, de acordo com um documento visto pela Reuters.

O documento de política, que será apresentado pelo principal diplomata da UE, Josep Borrell, na quarta-feira, destaca a importância de garantir o acesso prioritário às matérias-primas e outros recursos da América Latina, diante dos “desafios geopolíticos crescentes”.

Parecia uma tentativa de dar novo impulso aos esforços para reatar as relações com o bloco do Mercosul formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.

Tal acordo ajudaria a UE a assumir uma postura mais independente e depender menos de Pequim e de Washington, especialmente se Donald Trump for reeleito no ano que vem, disseram fontes diplomáticas da UE à Reuters.

Um pacto comercial UE-Mercosul foi acordado em princípio em 2019, mas ainda espera ser ratificado nos parlamentos dos países envolvidos.

A França - onde o acordo é impopular entre os agricultores locais - disse desde então que quer que o lado do Mercosul concorde com vários compromissos adicionais, principalmente sobre o respeito às regras da UE sobre desmatamento, antes que possa apoiá-lo.

“Ao fortalecer a parceria entre duas regiões que estão entre as mais alinhadas do mundo em termos de interesses e valores, a UE e a ALC (região da América Latina e Caribe) estarão em melhor posição para enfrentar os desafios globais”, disse o documento, visto pela Reuters. na segunda-feira, lê.

A América Latina e a Europa devem trabalhar para reduzir a “dependência excessiva” de terceiros países, acrescenta.

O documento traça um roteiro para a conclusão o mais breve possível de diversos acordos de livre comércio e parceria com os países latino-americanos, bem como para o fortalecimento das relações bilaterais com o México e o Brasil.

Muitos dos acordos se baseariam em um programa da UE para investir em projetos de transição verde e digital na América Latina, que deve ser aprovado em uma cúpula de 17 a 18 de julho entre a Comunidade de Estados da América Latina e Caribe (CELAC) e a UE. a primeira desde 2015.

O fornecimento de recursos energéticos para a UE também desempenhará um papel proeminente no novo relacionamento, com Bruxelas procurando assinar acordos com países latino-americanos conforme previsto na nova estratégia de matérias-primas críticas da UE, diz o documento.

Isso visa mitigar os riscos para as cadeias de suprimentos de materiais relacionados à energia sustentável que foram destacados pela escassez durante a pandemia e na crise de energia após a invasão da Ucrânia pela Rússia.