Companhia aérea brasileira Gol diz que saída da falência envolverá injeção de capital de US$ 1,5 bilhão

A companhia aérea brasileira Gol espera que sua saída do processo de falência, Capítulo 11, envolva uma injeção de capital de US$ 1,5 bilhão por meio da emissão de novas ações e do refinanciamento de US$ 2 bilhões em dívidas, informou em um documento de valores mobiliários na segunda-feira.

A Gol, uma das maiores companhias aéreas do Brasil, entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos no início deste ano, depois de enfrentar pesadas dívidas e atrasos nas entregas da fabricante de aviões Boeing (NYSE:BA).

As estimativas para que saia do processo de reestruturação fazem parte de um plano estratégico mais amplo de cinco anos divulgado pela empresa, que inclui o aumento da sua frota e o aumento das margens operacionais.

As ações da Gol negociadas em São Paulo caíram até 3,5% depois que o plano foi anunciado, já que a empresa alertou que é “altamente provável” que suas ações atinjam “valor mínimo ao sair” da falência.

A Gol disse que realizaria um processo competitivo a partir de junho para avaliar propostas para financiar sua saída da falência, acrescentando que o processo deve durar pelo menos até o final do terceiro trimestre.

A transportadora também estudará “quaisquer transações alternativas viáveis ​​e competitivas, incluindo oportunidades apresentadas por fontes potenciais de capital próprio e de dívida” como parte da mudança, disse.

“Embora a Gol antecipe um processo de financiamento de saída bem-sucedido, não pode haver garantia de que o processo resultará em quaisquer transações”, acrescentou a empresa.

No início deste mês, a Gol e a rival brasileira Azul anunciaram um acordo de codeshare, conectando suas redes e programas de passageiro frequente, em um movimento que reacendeu as especulações sobre uma potencial fusão.

A Gol, que voa aeronaves Boeing 737, disse que seu plano estratégico inclui aumentar sua frota para 169 jatos até 2029, dos atuais 142, já que pretende retornar aos níveis de capacidade doméstica pré-pandemia até 2026.

As margens EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Gol deverão cair em 2024, disse, caindo para cerca de 23%, ante 27% um ano antes.

Mas deverão recuperar para 29% em 2025, 30% em 2026 e 34% em 2029, à medida que a transportadora implementa um programa anual de melhoria de lucros de mil milhões de reais (193,80 milhões de dólares) para manter os custos competitivos.

A Gol é a segunda maior companhia aérea do Brasil em receita por passageiro-quilômetro, uma medida de tráfego. Possui cerca de 30% de participação no mercado doméstico, atrás dos 40% da LATAM e quase igualando a Azul.