Custos mais baixos e câmbio impulsionam lucro líquido da Ambev no terceiro trimestre com queda nas vendas

A cervejaria brasileira Ambev SA relatou na terça-feira um salto de 19,3% no lucro líquido em uma base orgânica, elevando suas ações à medida que os preços mais baixos do alumínio e as taxas de câmbio favoráveis ​​compensaram uma queda nos volumes de vendas.

A empresa sediada em São Paulo disse que o benefício da taxa de câmbio e os preços mais baixos das commodities ajudaram a reduzir custos, o que foi bem recebido pelos analistas, apesar de seu faturamento ter ficado aquém das expectativas do mercado.

As ações da Ambev subiram mais de 4% nas negociações da manhã, entre as que mais ganharam no índice de referência da bolsa de valores brasileira, Bovespa, que caiu 0,2%.

A receita líquida total no terceiro trimestre foi de 20,32 bilhões de reais (US$ 4,03 bilhões), abaixo das expectativas dos analistas de 21,22 bilhões de reais, com base em dados LSEG.

No geral, as vendas foram mais baixas, com um aumento de 13,6% na América Central e no Caribe ofuscado por uma queda de 9,4% na América Latina do Sul e uma queda de 13,1% no Canadá.

“As vendas não foram boas”, disseram analistas do BTG Pactual liderados por Thiago Duarte. “Mas as margens dispararam, impulsionadas pela diluição das despesas de vendas, gerais e administrativas… Isso é o que chamamos de economia de custos.”

No Brasil, as vendas continuaram a crescer, lideradas pela Brazil Beer. A empresa disse que as marcas de cerveja premium lideradas por Corona, Spaten, Stella Artois e Original cresceram em uma porcentagem baixa de adolescentes, superando o desempenho da indústria.

A subsidiária da belga Anheuser-Busch InBev reportou lucro de 4,02 bilhões de reais, contra a estimativa média de 3,45 bilhões de reais de analistas consultados pela LSEG.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) cresceu organicamente 43,7% ano a ano, para 6,58 bilhões de reais, com sua margem EBITDA saltando 520 pontos base em uma base sequencial para 32,4%.

Isso representa uma “sólida queda nos lucros, apesar da queda no faturamento”, escreveram analistas da Bernstein liderados por Nadine Sarwat em nota aos clientes.

A empresa prevê que o EBITDA do quarto trimestre supere o crescimento de 17,1% alcançado em 2022.