Déficit em conta corrente do Brasil diminuirá após mudança na regra de criptografia

O déficit em conta corrente do Brasil diminuirá significativamente a partir do próximo mês, já que a compra de criptoativos não será mais considerada uma importação que afeta a balança comercial, disse o banco central na segunda-feira.

Segundo Renato Baldini, vice-chefe do departamento de estatística do banco, a revisão segue uma mudança metodológica no Fundo Monetário Internacional (FMI).

Desde 2019, os criptoativos são tratados como mercadorias, impactando a balança comercial. Agora, eles serão adicionados à linha da conta de capital.

“Haverá impactos significativos”, disse Baldini, observando que o déficit em conta corrente de 2023 diminuirá de US$ 30,8 bilhões para US$ 19,1 bilhões, já que as importações líquidas de ativos criptográficos de US$ 11,7 bilhões não serão mais incluídas no cálculo da balança comercial.

Para o período de janeiro a maio deste ano, o déficit em conta corrente cairá para US$ 13,8 bilhões, dos US$ 21,1 bilhões divulgados na segunda-feira, excluindo as importações líquidas de ativos criptográficos de US$ 7,3 bilhões.

Os criptoativos serão incluídos na conta de capital do balanço de pagamentos, que registra transações que envolvem compra e venda de ativos não produzidos e não financeiros e transferências de capital, quando os dados de junho forem divulgados no próximo mês.

Esta linha tradicionalmente apresenta valores baixos – US$ 67 milhões de janeiro a maio.

Com a mudança metodológica do FMI, a balança de pagamentos global, que compreende as contas corrente, de capital e financeira, permanecerá a mesma.

Contudo, a análise da saúde da posição externa de um país normalmente analisa quanto do défice da conta corrente é coberto por fluxos líquidos de investimento directo estrangeiro (IDE), que se enquadram na conta financeira.