Dólar se recupera com novas discussões sobre tarifas; euro aguarda decisões do BCE

Na última terça, o dólar americano deu uma guinada e se valorizou, se recuperando das perdas que teve na sessão anterior. Essa movimentação vem em meio a preocupações crescentes sobre guerras comerciais e seus efeitos no crescimento global, especialmente após uma liquidação nas ações de tecnologia. Às 04:20 ET (09:20 GMT), o Índice do Dólar, que mede seu desempenho em relação a uma cesta de seis moedas, subiu 0,5%, atingindo a marca de 107,725, embora ainda esteja ligeiramente abaixo em relação à semana.

O aumento do dólar parece estar ligado ao ressurgimento das inquietações sobre o crescimento econômico, especialmente com o presidente dos EUA, Donald Trump, insistindo em tarifas universais mais altas. Essa pressão aumentou as apreensões sobre o impacto negativo das guerras comerciais, o que, por sua vez, reforçou o status do dólar como um ativo de refúgio seguro. Informações do Financial Times revelam que o novo secretário do Tesouro, Scott Bessent, está a favor de um aumento gradual nas tarifas, começando em 2,5% e podendo chegar até 20%. Trump, por sua vez, manifestou que deseja tarifas ainda maiores, apontando a possibilidade de impostos direcionados a produtos como aço, cobre e semicondutores.

A crítica a essas afirmações destaca que os planos estão sendo moldados ativamente pelo Tesouro, ao invés de serem meras sugestões de Trump. Isso sugere que o risco adicional agora embutido nas trocas em dólar pode ser mais complexa de ser diluída. Antes disso, o dólar já havia recuado na segunda-feira, quando uma startup chinesa de inteligência artificial chamada DeepSeek anunciou o lançamento de um modelo gratuito que abalou as ações de tecnologia.

Enquanto isso, na Europa, o par EUR/USD caiu 0,6%, atingindo 1,0430, sob pressão da força do dólar, apesar de um aumento na confiança do consumidor francês e melhorias no moral empresarial na Alemanha. Analistas do ING afirmaram que a ameaça tarifária é levada a sério pelo planejamento ativo do Tesouro, o que limita o potencial de valorização do euro. A expectativa também gira em torno da reunião do Banco Central Europeu (BCE), agendada para quinta-feira, que deve resultar em mais cortes nas taxas de juros, somando quatro cortes em 2024.

O GBP/USD também apresenta fraqueza, negociando 0,5% abaixo para 1,2437, à medida que o mercado aguarda a reunião do Banco da Inglaterra no início do próximo mês. Já no Japão, o USD/JPY subiu 0,8%, alcançando 155,70. A volatilidade do par tem sido alta, especialmente em resposta à liquidificação de ações na tecnologia. A relação entre o protecionismo dos EUA e a postura agressiva do Fed está sendo observada de perto, dobrando a atenção dos mercados para os dados de inflação desta semana em Tóquio.