Em meio a investigação sobre Musk, o tribunal superior do Brasil diz que “toda empresa está sujeita à constituição”

O presidente do Supremo Tribunal Federal do Brasil disse na segunda-feira que todas as empresas que operam no país estão “sujeitas à constituição”, depois que um dos juízes do tribunal abriu um inquérito sobre o proprietário da plataforma de mídia social X, Elon Musk.

O presidente do tribunal, Luis Roberto Barroso, disse em um comunicado que as decisões judiciais podem estar sujeitas a recurso, mas nunca o descumprimento deliberado, depois que Musk contestou uma decisão judicial ordenando que X, anteriormente conhecido como Twitter, bloqueasse certas contas.

Barroso não mencionou X ou qualquer outra empresa nominalmente.

“É certo que toda e qualquer empresa que atua no Brasil está sujeita à Constituição Federal, às leis e às decisões das autoridades brasileiras”, disse Barroso no comunicado.

Os comentários de Musk levaram o juiz da Suprema Corte, Alexandre de Moraes, a abrir um inquérito sobre o bilionário no domingo.

Em uma postagem X na noite de sábado, o bilionário acusou Moraes de trair “descaradamente e repetidamente” a constituição e o povo do Brasil.

Moraes está investigando “milícias digitais” que foram acusadas de espalhar notícias falsas e mensagens de ódio durante o governo do ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro e também lidera uma investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de Bolsonaro.

Na declaração de segunda-feira, Barroso disse que a “Suprema Corte agiu e continuará agindo para proteger as instituições do Brasil”.

X não respondeu imediatamente aos pedidos de comentários enviados na segunda-feira.

O ministro de Relações Institucionais do Brasil, Alexandre Padilha, o membro mais graduado do gabinete de Lula a comentar o assunto até agora, disse que o “ataque” a Moraes é “inaceitável”.

“Não é apenas um juiz individual que está sendo atacado; é o Supremo Tribunal Federal e todos aqueles que defendem a soberania do nosso país”, disse Padilha no X.