A fabricante de aviões brasileira Embraer manteve na segunda-feira suas perspectivas para o ano inteiro inalteradas, mas reconheceu que pode estar mais perto de atingir o limite inferior de sua meta de entrega, à medida que continua a lidar com problemas na cadeia de abastecimento.
A Embraer precisará entregar pelo menos 26 jatos comerciais e 54 executivos nos últimos três meses do ano para cumprir suas metas, quase em linha com o desempenho apresentado no mesmo período do ano passado.
“Temos um grande desafio de entregas no quarto trimestre, mas como demonstramos no quarto trimestre de 2022, estamos preparados para isso”, disse o diretor financeiro Antonio Carlos Garcia em teleconferência com analistas.
O CFO disse que a Embraer estava provavelmente mais perto do limite mínimo de sua perspectiva de entrega, mas observou que as métricas financeiras eram “robustas”, dizendo que a empresa estava muito confiante em cumprir sua previsão de um fluxo de caixa livre de US$ 150 milhões ou mais este ano.
A terceira maior fabricante de aviões do mundo, atrás da Boeing (NYSE:BA) e da Airbus, tem enfrentado problemas de fornecimento de motores, o que a forçou a transferir algumas entregas inicialmente esperadas para o terceiro trimestre para o próximo, disse Garcia.
A Embraer divulgou no início do dia lucro líquido ajustado do terceiro trimestre de US$ 32,9 milhões, um aumento de 34% em relação ao ano anterior, com a receita líquida saltando 38% no período, para US$ 1,28 bilhão.
A empresa, que tem como meta entre US$ 5,2 bilhões e 5,7 bilhões em receita líquida este ano, disse que conseguiu registrar um crescimento de receita de dois dígitos em todas as suas quatro unidades no trimestre – incluindo também defesa e segurança e serviços e suporte.
Os analistas da TD Cowen liderados por Cai von Rumohr disseram que os resultados foram “decentes” e superaram as previsões, apesar das “vendas ligeiramente leves”, destacando o fluxo de caixa livre positivo, mesmo quando a subsidiária de aeronaves elétricas Eve é incluída.
A Embraer entregou 43 aeronaves no trimestre encerrado em setembro, um aumento de 30% em relação ao mesmo período de 2022, incluindo 15 jatos comerciais e 28 executivos.
O CEO Francisco Gomes Neto disse à Reuters no mês passado que a empresa estava confiante de que cumpriria suas perspectivas de entregas de aeronaves em 2023, que devem crescer cerca de um quarto, e espera ser capaz de manter esse ritmo no próximo ano.