Fitch afirma rating do Brasil e chama governo Lula de pragmático

A Fitch Ratings afirmou na sexta-feira o rating de emissor de moeda estrangeira de longo prazo do Brasil em “BB” com perspectiva estável, dizendo que o primeiro ano do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva “demonstrou amplo pragmatismo político”.

O governo Lula está avançando com medidas de aumento de receitas, disse a Fitch em comunicado, mas disse que sua disciplina política foi testada pelas demandas do Partido dos Trabalhadores (PT) do presidente e por um relacionamento difícil com o Congresso, que retardou o progresso em algumas iniciativas.

A Fitch também disse que a meta do governo de eliminar o seu défice orçamental primário no próximo ano parece ser “cada vez mais duvidosa”, com incertezas sobre as medidas já promulgadas, enquanto várias ações ainda requerem a aprovação do Congresso.

Em julho, a Fitch elevou o rating do Brasil para “BB” de “BB-menos”.

Depois de atingir uma classificação de crédito máxima em 2011, o Brasil perdeu todas as suas pontuações de grau de investimento no início de 2016, na sequência de uma série de crises nacionais e internacionais e do fim do boom global do mercado de matérias-primas.

Uma classificação de grau de investimento, que pode reduzir os custos de empréstimos para os países, é avaliada pela Fitch como “BBB menos” ou superior.

No início deste ano, a S&P elevou a classificação de perspectiva do Brasil para “positiva” de “estável”, afirmando sua classificação “BB-menos”.

A taxa da Moody’s (NYSE:MCO) sobre o Brasil está em “Ba2”.

A Fitch disse na sexta-feira que as classificações atuais do país foram apoiadas por sua “economia grande e diversificada, alta renda per capita, mercados internos profundos e uma grande reserva de caixa”.

Mas as classificações são limitadas “pelo fraco potencial de crescimento económico, pontuações de governação relativamente baixas, dívida pública/PIB elevados e crescentes e rigidez orçamental”, disse a Fitch.