Governo brasileiro reduz estimativa de crescimento do PIB para 2023

O Ministério da Fazenda do Brasil reduziu sua previsão para o crescimento econômico do país para este ano e 2024, mostrou um relatório de sua secretaria de política econômica na terça-feira.

O ministério espera agora um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 de 3,0%, ligeiramente abaixo dos 3,2% estimados em setembro. Para 2024, a previsão foi reduzida para 2,2%, ante 2,3% anteriormente.

“A mudança reflecte o aumento das incertezas no ambiente externo devido à eclosão de conflitos geopolíticos”, afirmou o secretariado no seu relatório, mencionando também o abrandamento do crescimento da China e a perspectiva de as taxas de juro dos EUA permanecerem em níveis mais elevados por mais tempo.

Os números continuam mais otimistas do que a projeção dos economistas privados de um crescimento de 2,85% este ano e de uma expansão de apenas 1,5% em 2024, de acordo com uma pesquisa semanal do banco central.

O ministro das Finanças, Fernando Haddad, tem chamado a atenção para o fraco desempenho da economia no terceiro trimestre, influenciado pelos elevados custos dos empréstimos e pelos preços mais baixos das commodities, que afetaram o desempenho das empresas e, consequentemente, as receitas fiscais.

O banco central do Brasil iniciou um ciclo de flexibilização das taxas de juros em agosto, depois de manter sua taxa básica de juros estável por quase um ano para controlar a inflação.

Até agora, os decisores políticos já reduziram as taxas em 150 pontos base, para 12,25%, e sinalizaram novos cortes de 50 pontos base em cada uma das suas próximas duas reuniões.

O governo também reduziu a previsão de inflação global para 2023 para 4,66%, de 4,85% anteriormente. Para 2024, porém, os preços ao consumidor deverão agora crescer 3,55%, face a uma estimativa anterior de 3,40%.

As novas previsões orientarão as novas estimativas de receitas e despesas do governo para este ano, que serão publicadas ainda esta semana.