O governo do Brasil acredita que atingirá a meta fiscal deste ano, considerando as suas margens de tolerância, apesar de um défice orçamental inesperado em Março, onde o aumento das despesas ofuscou o aumento das receitas.
O déficit primário do país foi de 1,5 bilhão de reais (293,8 milhões de dólares) no mês passado, mostraram dados do Tesouro na segunda-feira, contrariando o superávit de 1,5 bilhão previsto por economistas consultados pela Reuters.
Mesmo assim, o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, disse que a diferença em relação às expectativas do mercado era pequena e que os resultados do primeiro trimestre continuam a indicar uma “chance razoável” de que a meta de superávit primário seja atingida este ano.
O governo pretende eliminar o défice primário em 2024, com uma margem de 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB) para cima ou para baixo. O resultado acumulado em 12 meses reflete um déficit equivalente a 2,2% do PIB.
“A receita está a ter um bom desempenho, mas não há espaço para relaxamento, precisamos de nos manter firmes”, disse Ceron aos jornalistas, acrescentando que o governo pode anunciar medidas adicionais para compensar quaisquer retrocessos nas receitas, se necessário.
A receita líquida de março cresceu 8,3% em termos reais em relação ao ano anterior, atingindo 163,9 bilhões de reais, impulsionada por uma arrecadação tributária recorde no período.
As despesas totais tiveram um aumento menor, de 4,3%, embora a partir de uma base maior, atingindo 165,4 bilhões de reais.
No primeiro trimestre, o superávit primário ficou em 19,4 bilhões de reais, marcando uma queda de 39,8% em relação ao mesmo período do ano passado.