Lucro líquido do primeiro trimestre do Itaú Unibanco cresce 14,6%

O Itaú Unibanco Holding SA, maior banco privado do Brasil, informou na segunda-feira que o lucro líquido recorrente do primeiro trimestre aumentou 14,6% em relação ao ano anterior, impulsionado por uma carteira de empréstimos maior com melhores spreads, mesmo com o aumento das provisões para empréstimos ruins.

O lucro líquido de R$ 8,44 bilhões (US$ 1,7 bilhão) ficou em linha com as expectativas de R$ 8,42 bilhões em uma pesquisa da Refinitiv com analistas, mas marcou uma mudança em relação a outros grandes credores brasileiros, pois eles relataram rendimentos mais baixos no período.

Os pares Bradesco e Santander (BME:SAN) Brasil superaram o consenso do mercado no primeiro trimestre, mas viram seus lucros líquidos caírem 37,3% e 46,6% na comparação anual, respectivamente.

As ações do Itaú estavam sendo negociadas em alta de 0,6% pela manhã, praticamente em linha com o índice de ações do Brasil Bovespa.

“Os números ficaram próximos do que sinalizamos em nossa prévia de 10 de abril, o que vemos como uma boa notícia, pois a previsão e acompanhamento dos resultados do Itaú têm sido bastante previsíveis”, disseram analistas do BTG Pactual. “Outro conjunto decente de resultados trimestrais.”

O Itaú disse em comunicado que os resultados foram impulsionados pelo “efeito positivo” de uma carteira de crédito maior, que aliada a uma “mudança gradual no mix para empréstimos com melhores spreads” levou a um aumento de 20% em sua margem financeira com clientes .

A carteira de crédito consolidada do banco totalizou R$ 1,153 trilhão no trimestre, alta de 10,4% em relação ao ano anterior.

As provisões para devedores duvidosos atingiram R$ 9,0 bilhões, alta de 28,7% em relação ao ano anterior, mas desacelerando em relação aos R$ 9,90 bilhões provisionados no trimestre anterior, quando foi prejudicada por provisões extras relacionadas à falência da varejista Americanas SA e disse que o custo do crédito aumentaria provável aumento em 2023 a partir de 2022.

Os analistas do JP Morgan o classificaram como um “trimestre limpo em linha” para o Itaú, destacando as métricas de qualidade de ativos como especialmente boas à luz da sazonalidade e “bem melhores que o Bradesco”.

O retorno do Itaú sobre o patrimônio líquido médio, um indicador de lucratividade amplamente seguido, atingiu 20,7% no primeiro trimestre, acima dos 20,4% do ano anterior.