O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva disse na quinta-feira que a economia de seu país crescerá pelo menos 2% este ano, “talvez até mais”, ecoando previsões otimistas de sua equipe econômica após um desempenho melhor do que o esperado no primeiro trimestre.
Lula, falando em entrevista a um pool de rádios do estado de Goiás, disse que o Brasil estava recuperando a credibilidade internacional sob sua gestão, um dia depois que a S&P revisou sua perspectiva para o país de “positiva” para “estável”.
“Tenho certeza, você pode me chamar para outra entrevista no final do ano e eu vou te mostrar que o PIB cresceu e a economia brasileira se estabilizou”, disse Lula, que assumiu o cargo em janeiro.
O líder esquerdista voltou a criticar os juros, que estão na maior alta em seis anos, 13,75%, nível que o banco central considera necessário para conter a alta da inflação, mas que Lula vê como um obstáculo ao crescimento econômico.
Lula disse que é inexplicável ter taxas naquele nível enquanto a inflação acumulada em 12 meses gira em torno de 4%, acrescentando que se reuniu na quarta-feira com varejistas que também expressaram preocupação com isso.
A inflação anual em maio atingiu o nível mais baixo em mais de dois anos, mas espera-se um pequeno aumento a partir de julho devido a efeitos de base desfavoráveis.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, indicou no início desta semana que uma melhora nas condições de mercado estava abrindo caminho para uma mudança na política monetária.