Notícias chocantes sobre as eleições francesas aumentam o desconforto em uma semana repleta de eventos

Uma liquidação na Europa deu o tom para os mercados globais na segunda-feira, quando a decisão da França de convocar eleições antecipadas pesou sobre tudo, desde o euro até às ações bancárias e títulos governamentais.

As ações asiáticas caíram e os futuros de ações dos EUA apontaram para uma abertura fraca em Wall Street, com uma semana repleta de eventos que inclui a divulgação de dados de inflação nos EUA, bem como reuniões do Federal Reserve e do Banco do Japão, aumentando o clima cauteloso.

Por enquanto, é a perspectiva de uma nova incerteza política na segunda maior economia da zona euro que pesa sobre o sentimento, depois dos ganhos da extrema direita nas eleições para o Parlamento Europeu, no domingo, terem levado o ferido presidente francês, Emmanuel Macron, a convocar eleições nacionais antecipadas.

O euro caiu para o mínimo de um mês em relação ao dólar, as ações europeias caíram 0,6%, as ações dos bancos da zona euro caíram 2%, enquanto os rendimentos das obrigações governamentais em França e Itália dispararam.

“Os movimentos do mercado têm tudo a ver com o que estamos a ver num contexto europeu – e as notícias de França causaram um prémio de risco em torno dos ativos europeus”, disse o diretor de investimentos da BlueBay Asset Management, Mark Dowding.

“A situação poderia oscilar um pouco mais, mas precisamos nos lembrar que esta é uma eleição parlamentar e não uma eleição presidencial na França.”

O banco francês Societe Generale (OTC:SCGLY) caiu mais de 5% e o BNP Paribas (OTC:BNPQY) mais de 4%, já que os investidores temiam que seus custos de financiamento pudessem aumentar se os empréstimos soberanos franceses se tornassem mais caros em meio a gastos mais elevados, disseram os banqueiros.

De fato, a decisão de Macron de dissolver a Assembleia Nacional e convocar novas eleições legislativas foi um verdadeiro choque. Três blocos principais parecem emergir: a esquerda com a Frente Popular, o centro-direita com o partido do presidente e o RN de Marine Le Pen. A abstenção foi um fator crucial nas eleições anteriores, e até figuras públicas como Kylian Mbappé se posicionaram contra os extremos. A atual incerteza política pode levar a um período de paralisação política, com implicações significativas para a governança e estabilidade econômica do país.