O JPMorgan vai investir US$ 10 BI em "segurança nacional" dos EUA. É o grande capital entrando no jogo geopolítico?

Vi essa notícia e é bem significativa. O JPMorgan, o maior banco dos EUA, anunciou um plano de investir até US$ 10 bilhões em empresas consideradas críticas para a segurança nacional e resiliência econômica americana.

Isso faz parte de uma promessa maior de US$ 1,5 trilhão em financiamentos e investimentos nos próximos 10 anos.

Os detalhes:

O dinheiro será investido via capital de risco e equity direto.

Os setores focados são: defesa, aeroespacial, energia, manufatura, IA e computação quântica.

O CEO Jamie Dimon disse: "ficou

dolorosamente claro que os EUA se tornaram muito dependentes de fontes não confiáveis".

O contexto político:

O anúncio vem logo após o Trump reacender a guerra comercial com a China, prometendo tarifas altíssimas e reclamando do controle chinês sobre a exportação de terras raras. Também segue críticas de Trump aos bancos por “debanking” (cortar serviços a clientes por posições políticas/religiosas).

Na prática, o banco está alinhando sua estratégia de negócios com a política industrial e de segurança nacional do governo. O mercado reagiu bem, com as ações subindo 1.4%.

O que vocês acham? Estratégia patriótica, oportunismo de negócios puro ou uma jogada para se proteger politicamente?

Isso é a formalização do que já vem acontecendo. A guerra fria tecnológica com a China entrou de vez no balanço patrimonial de Wall Street. Não se enganem, isso não é só sobre “segurança”, é sobre garantir que as cadeias de suprimentos vitais para o capitalismo americano (e os lucros do JPMorgan) não fiquem reféns de Pequim.

“Segurança nacional”? Conveniente. Soa mais como um “favor” em troca de alívio regulatório e uma proteção contra as críticas do Trump sobre ‘debanking’. Dimon é um político de terno. Ele vê para onde o vento sopra e ajusta as velas. Puro cálculo de negócios embalado em patriotismo.