Petrobras negocia projetos com empresas do Golfo, da Índia e da China, diz CEO

A estatal brasileira Petrobras está em negociações com outras empresas petrolíferas nacionais na China, Índia e Oriente Médio, incluindo Kuwait Petroleum e Qatar Energy, para colaborar em projetos de energia, disse seu presidente-executivo na quarta-feira.

A empresa também deseja trabalhar com a vizinha Venezuela, disse Jean Paul Prates à Reuters à margem do evento India Energy Week, no estado de Goa.

“Temos dois grupos de países asiáticos com os quais estamos a interagir muito neste momento e a construir relações neste momento – os países do Golfo, a Índia e a China”, disse ele.

“Vamos nos reunir com a Kuwait Petroleum”, disse ele, acrescentando que pretende discutir reformas e modernizações das refinarias brasileiras, projetos em petroquímica, fertilizantes e transição energética.

A Petrobras também pretende trabalhar com o Catar em projetos de gás natural liquefeito (GNL), possivelmente na África Ocidental ou no Brasil, disse ele.

“Cada um apostando em sua expertise, trazendo-a para o Brasil ou para a América Latina”, disse Prates.

“O Atlântico é o nosso ambiente operacional preferido. Isso significa África Ocidental, Brasil, Guiana e Margem Equatorial. São nessas áreas que vamos nos concentrar”, acrescentou.

Prates disse que a Petrobras também formou forças-tarefa com a exploradora indiana Oil and Natural Gas Corp e a refinaria Bharat Petroleum Corp Ltd para analisar projetos no Brasil e no exterior, em refino e energias renováveis. As empresas indianas já possuem participações em blocos brasileiros de petróleo e gás.

“Vamos reorganizar o relacionamento na visão desta nova administração da Petrobras”, disse Prates, que assumiu o cargo de CEO há um ano após ser escolhido para o cargo pelo presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.

A Petrobras também está explorando oportunidades com a Venezuela.

“Estamos analisando as condições venezuelanas em qualquer momento no futuro, porque eles têm estado mais abertos a conversas com todas as empresas. Observamos a situação das sanções, que foram aliviadas”, disse ele.

“Estamos analisando a dívida que a Venezuela tem com o Brasil. Estamos tentando juntar tudo isso em um só pacote e ver o que acontece.”