Polícia brasileira inicia batidas por causa do afundamento da Braskem

A Polícia Federal do Brasil realizou na quinta-feira operações como parte de uma investigação sobre o afundamento da produtora petroquímica Braskem na cidade de Maceió, que forçou a transferência de cerca de 60.000 pessoas desde 2018.

A subsidência relacionada às operações das mais de trinta minas de sal da Braskem sob a cidade costeira de quase 1 milhão de habitantes no Nordeste do Brasil voltou aos holofotes este mês, depois que parte de uma mina desabou.

As minas da Braskem começaram a extrair sal-gema em Maceió na década de 1970, mas as operações foram interrompidas em 2019 depois que as autoridades disseram que elas contribuíram para o naufrágio de cinco bairros, tornando a área “inabitável”.

A Polícia Federal disse em comunicado que lançou uma operação chamada ‘Lágrimas Salgadas’ para avançar nas investigações sobre o que apelidou de “crimes cometidos durante os anos de exploração de sal-gema em Maceió”.

A Braskem, em documento separado, disse que a operação policial teve como alvo “membros e ex-integrantes da empresa”, bem como sua fábrica de cloroálcalis em Alagoas, mas não forneceu mais detalhes.

A empresa acrescentou que se colocou à disposição das autoridades.

A polícia cumpriu 14 mandados de busca e apreensão em Maceió, Rio de Janeiro e Aracaju, sob ordem da Justiça Federal do estado de Alagoas, onde fica Maceió.

“Foram encontradas evidências de que as atividades de mineração não seguiram os parâmetros de segurança estabelecidos na literatura científica e nos respectivos planos de mineração”, disse a Polícia Federal.

“Além disso, foram identificados indícios de apresentação de dados falsos e omissão de informações relevantes por parte dos órgãos públicos responsáveis pelo acompanhamento das atividades”, acrescentaram.