Polícia brasileira realiza buscas relacionadas ao ataque de 8 de janeiro em Brasília

A Polícia Federal do Brasil realizou na sexta-feira incursões contra pessoas suspeitas de envolvimento na invasão de prédios do governo em 8 de janeiro por partidários do ex-presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro.

Um comunicado da polícia disse que a operação visava “identificar as pessoas que participaram, financiaram ou fomentaram” os protestos. Incluiu 24 mandados de prisão abrangendo cinco estados e a capital Brasília.

Em 8 de janeiro, milhares de apoiadores de Bolsonaro invadiram e saquearam o prédio do Congresso, o palácio presidencial e o Supremo Tribunal Federal no pior ataque a instituições estatais desde o retorno do Brasil à democracia na década de 1980.

A polícia não divulgou os nomes dos alvos da operação, mas disse que eles estão sendo investigados pelos crimes de “abolição violenta do Estado de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação, destruição e deterioração de propriedade especialmente protegida”.

Os últimos mandados foram ordenados pela Suprema Corte, disse a polícia.

Um segundo comunicado disse que, ao mesmo tempo, uma operação separada foi realizada no estado do Pará contra o que chamou de “extremistas antidemocráticos” também supostamente envolvidos nas manifestações.

As batidas no Pará visaram seis pessoas suspeitas de coordenar ou financiar as ações, disse a Polícia Federal, acrescentando que as investigações mostraram que eles forneceram assistência material a uma tentativa de “abolir o estado de direito”.

Após a notícia das operações, o ministro da Justiça, Flavio Dino, elogiou as investigações da Polícia Federal sobre o que chamou de “crimes contra a pátria perpetrados por golpistas e seus aliados”.

“A democracia venceu e vencerá”, disse Dino, que está no governo do presidente esquerdista Luiz Inácio Lula da Silva.

Lula derrotou Bolsonaro por pouco nas eleições de outubro. Os manifestantes de Brasília protestavam contra a derrota de Bolsonaro e pediam um golpe militar para derrubar Lula e restaurar o líder de extrema-direita.