Os preços do petróleo caíram na sexta-feira, depois de a economia dos EUA ter criado muito mais empregos do que o esperado em Janeiro, reforçando o argumento para a Reserva Federal adiar o corte das taxas de juro, potencialmente prejudicando a actividade económica.
Às 09h10 ET (14h10 GMT), os futuros do petróleo bruto dos EUA eram negociados 0,9% mais baixos, a US$ 73,14 o barril, e o contrato do Brent caía 0,8%, para US$ 78,11 o barril.
Fortes folhas de pagamento atingem o mercado bruto
As folhas de pagamento não-agrícolas na maior economia do mundo aumentaram em 353.000 no mês passado, aumentando de um total revisto para cima de 333.000 em Dezembro, e significativamente acima dos 187.000 esperados.
Estes números fortes seguiram-se ao facto de a Reserva Federal ter minimizado as expectativas de cortes antecipados das taxas de juro em 2024, durante uma reunião no início desta semana.
Manter as taxas de juro em níveis elevados poderá arrefecer ainda mais a actividade económica, afectando a procura de petróleo no maior consumidor mundial.
Também impulsionou o dólar, com o índice do dólar americano a subir 0,7%, o que torna as matérias-primas denominadas em dólares, como o petróleo, mais caras para os compradores estrangeiros.
Conversa sobre cessar-fogo Israel/Hamas
Os benchmarks brutos estão a caminho de cair mais de 6% esta semana, depois de vários relatos da mídia terem dito que os líderes israelenses e do Hamas estavam considerando um cessar-fogo.
Espera-se que um potencial cessar-fogo marque uma grave redução das tensões militares no Médio Oriente, que têm sido um ponto-chave de apoio aos preços do petróleo nos últimos meses.
Os ataques do grupo Houthi iemenita, alinhado ao Irã, a navios no Mar Vermelho interromperam a atividade marítima na região. Depois de as forças lideradas pelos EUA terem contra-atacado recentemente contra os Houthis, o conflito fez com que vários operadores de transporte marítimo se afastassem do Canal de Suez, o que, por sua vez, apontou para potenciais atrasos na entrega de petróleo na Europa e na Ásia.
Mas dado que o principal ponto de discórdia dos Houthis foi a guerra entre Israel e o Hamas, espera-se que qualquer desescalada no conflito diminua as tensões no Mar Vermelho, eliminando quaisquer perturbações no fornecimento de petróleo.
Nenhuma mudança na reunião da OPEP+
O mercado recebeu algum apoio na quinta-feira, depois que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, conhecida como OPEP+, mantiveram inalterados os cortes de produção na sua última reunião.
“O que já ficou claro no ano passado é que a reversão desses cortes será gradual”, disse o analista do UBS, Giovanni Staunovo, acrescentando que o banco espera uma prorrogação para o segundo trimestre.